Transformar o mundo ou se reconciliar com a realidade?
Para o homem, projetar a vida sob valores transcendentes pode ser uma necessidade contra a qual será impossível propor outra atitude. Faz parte da consciência da finitude, da impotência humana diante de tudo o que é considerado inevitável e impede a felicidade.
Neste caminho, o idealismo é o conjunto de fundamentos metafísicos que norteiam a existência.
Por outro lado, viver a imanência é aceitar o real ele é. É fruir a alegria da natureza presente sem esperanças ilusórias, extraindo do aqui e do agora, o que for possível para fazer da existência tão feliz quanto se consegue.
Um modo bastante epicurista de levar as coisas.
O que fazer?
O balanço da vida exige transitar entre realidade e idealidade.
Uma aula sobre Nietzsche (clique aqui) procura esclarecer melhor os conceitos antiniilistas (e alguns estoicos) que propõem atitudes de vida conectada ao presente e à conformação do homem com sua condição existencial concreta.
fonte: Espaço Ética
imagem: artelista
Sua revista escolar de filosofia.
segunda-feira, 16 de dezembro de 2013
terça-feira, 10 de dezembro de 2013
Uma educação para além das relações mercadológicas
Quem o professor educa?
Para quem?
Para o quê?
A colega Naiama Porto, acadêmica de Sociologia e Administração, produziu como trabalho para o encerramento do semestre 2013/2 da turma SOC 0022 do Centro Universitário Leonardo da Vinci, um texto que ingressa na questão da educação preparatória para o grande mercado e seu sistema de política, economia e cultura.
Mas, antes de ler o que ela escreveu, vamos tentar pintar um breve retrato do professor?
Quadro docente
Dar contornos à figura do professor é delimitar uma forma enigmática.
Isto porque o docente é móvel e dinâmico. Jamais ele pode ser visto afastado do contexto de sua época. O professor é um pintor do mundo para aqueles que estão iniciando a ver a realidade. E ambos, educador e aluno, pertencem ao universo escolar que, por sua vez, está inserido na sociedade que vai da cidade aos outros continentes.
A educação se dá sem estar descolada do paradigma do seu tempo. Claro que isto não significa silenciar ao momento. A construção do futuro depende da crítica se esta marcha pretende ser positiva e crescente.
Hoje, ser professor é ser, em parte profissional. Quer dizer que a academia prepara com teoria e prática aqueles que vão à escola ensinar. Esta preparação é suficiente, boa, orientada? Se for considerado o esqueleto pedagógico, metodológico e didático que sustenta o professor, pode-se dizer que, em geral, ele mantém em pé a própria estrutura da sociedade presente. Ou seja, a escola educa para um mundo político, social, cultural e econômico que tem sua dinâmica no agora, como prioridade e no depois como possibilidade. Neste sentido, o professor é ainda um reprodutor de ideologias da sociedade burguesa. E neste século, o paradigma é o do conhecimento como fundamento da máquina global geradora de riqueza.
Percebe?
O conhecimento serve à geração de riqueza.
Aquele que não dominar a lógica atual da tecnologia, da comunicação, da pró-atividade, criatividade, da autonomia para pensar de modo sistêmico, global...
Opa!
Pensar?!
Mas, o trabalhador (modelado pela escola) não é alguém restringido à função que lhe cabe? O funcionário não é peça do mecanismo?
O mundo mecanicista vai dizendo adeus. É o que estão dizendo os pensadores contemporâneos. A modernidade foi esgotada na possibilidade de racionalização e com ela as divisões que nos afastavam expressas em nacionalismos, sectarismos de variada ordem, tradicionalismos pétreos, teorias totais, mas conservadoras. Se fôssemos à Física, diríamos que Newton foi confrontado por Planck. O cenário é de probabilidades quânticas, inclusive na educação.
A homem é plural e não é possivel mais educar de outro modo que não seja valorizando isto, lembra Gadotti (2007). Ao falar sobre educação, Russell (2002, p. 168) afirma que as regras "por mais sábias que sejam, não substituem a afeição e o tato." Rousseau (1992, p. 536) declara ao Emílio: "Os encantos da virtude juntam-se para vós aos do amor; e a doce ligação que vos espera não é menos o prêmio de vossa sabedoria que o de vossa afeição." O balanço entre o técnico, o estético, o racional e o emocional integralizando o homem em todos os seus potenciais define um pouco o que se espera da educação contemporânea.
Educar é fazer com que o homem se autoilumine, conforme Kant, que traçou os limites da razão ao mesmo tempo em que a entronizou.
O professor é este que educa hoje para hoje e também para amanhã. Que infiltra no paradigma tintas que vão se misturar na tela para fazer surgir novos matizes de saber e com eles, novas colorações para a vida.
Neste sentido é que Naiama Porto estabelece sua reflexão e defende a docência conscientizadora, libertadora e reflexiva, que transcenda a instituição. Pois, educar não é somente instruir.
Boa leitura!
ROUSSEAU, Jean Jacques. Emílio ou da educação. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1992.
RUSSELL, Bertrand. O elogio ao ócio. Rio de Janeiro: Sextante, 2002.
GADOTTI, Moacir. A mudan;a está conosco. FILOSOFIA ciência & vida, ano I, ano 10, p. 6-13, 2007.
imagem: artodyssey, city.ogaki
Peço licença para algumas coisas.
MÉSZÁROS, István. A educação para além do capital. 2° Edição. Editora Boitempo, 2012.
Para quem?
Para o quê?
A colega Naiama Porto, acadêmica de Sociologia e Administração, produziu como trabalho para o encerramento do semestre 2013/2 da turma SOC 0022 do Centro Universitário Leonardo da Vinci, um texto que ingressa na questão da educação preparatória para o grande mercado e seu sistema de política, economia e cultura.
Mas, antes de ler o que ela escreveu, vamos tentar pintar um breve retrato do professor?
Quadro docente
Dar contornos à figura do professor é delimitar uma forma enigmática.
Isto porque o docente é móvel e dinâmico. Jamais ele pode ser visto afastado do contexto de sua época. O professor é um pintor do mundo para aqueles que estão iniciando a ver a realidade. E ambos, educador e aluno, pertencem ao universo escolar que, por sua vez, está inserido na sociedade que vai da cidade aos outros continentes.
A educação se dá sem estar descolada do paradigma do seu tempo. Claro que isto não significa silenciar ao momento. A construção do futuro depende da crítica se esta marcha pretende ser positiva e crescente.
Hoje, ser professor é ser, em parte profissional. Quer dizer que a academia prepara com teoria e prática aqueles que vão à escola ensinar. Esta preparação é suficiente, boa, orientada? Se for considerado o esqueleto pedagógico, metodológico e didático que sustenta o professor, pode-se dizer que, em geral, ele mantém em pé a própria estrutura da sociedade presente. Ou seja, a escola educa para um mundo político, social, cultural e econômico que tem sua dinâmica no agora, como prioridade e no depois como possibilidade. Neste sentido, o professor é ainda um reprodutor de ideologias da sociedade burguesa. E neste século, o paradigma é o do conhecimento como fundamento da máquina global geradora de riqueza.
Percebe?
O conhecimento serve à geração de riqueza.
Aquele que não dominar a lógica atual da tecnologia, da comunicação, da pró-atividade, criatividade, da autonomia para pensar de modo sistêmico, global...
Opa!
Pensar?!
Mas, o trabalhador (modelado pela escola) não é alguém restringido à função que lhe cabe? O funcionário não é peça do mecanismo?
O mundo mecanicista vai dizendo adeus. É o que estão dizendo os pensadores contemporâneos. A modernidade foi esgotada na possibilidade de racionalização e com ela as divisões que nos afastavam expressas em nacionalismos, sectarismos de variada ordem, tradicionalismos pétreos, teorias totais, mas conservadoras. Se fôssemos à Física, diríamos que Newton foi confrontado por Planck. O cenário é de probabilidades quânticas, inclusive na educação.
A homem é plural e não é possivel mais educar de outro modo que não seja valorizando isto, lembra Gadotti (2007). Ao falar sobre educação, Russell (2002, p. 168) afirma que as regras "por mais sábias que sejam, não substituem a afeição e o tato." Rousseau (1992, p. 536) declara ao Emílio: "Os encantos da virtude juntam-se para vós aos do amor; e a doce ligação que vos espera não é menos o prêmio de vossa sabedoria que o de vossa afeição." O balanço entre o técnico, o estético, o racional e o emocional integralizando o homem em todos os seus potenciais define um pouco o que se espera da educação contemporânea.
Educar é fazer com que o homem se autoilumine, conforme Kant, que traçou os limites da razão ao mesmo tempo em que a entronizou.
O professor é este que educa hoje para hoje e também para amanhã. Que infiltra no paradigma tintas que vão se misturar na tela para fazer surgir novos matizes de saber e com eles, novas colorações para a vida.
Neste sentido é que Naiama Porto estabelece sua reflexão e defende a docência conscientizadora, libertadora e reflexiva, que transcenda a instituição. Pois, educar não é somente instruir.
Boa leitura!
ROUSSEAU, Jean Jacques. Emílio ou da educação. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1992.
RUSSELL, Bertrand. O elogio ao ócio. Rio de Janeiro: Sextante, 2002.
GADOTTI, Moacir. A mudan;a está conosco. FILOSOFIA ciência & vida, ano I, ano 10, p. 6-13, 2007.
imagem: artodyssey, city.ogaki
UMA EDUCAÇÃO PARA ALÉM DAS
RELAÇÕES MERCADOLÓGICAS
Naiama
Porto
Ana Cláudia Alves
Centro Universitário Leonardo da Vinci -
UNIASSELVI
Curso (Soc 0022) –
Prática do Módulo III
03/11/2013
RESUMO
Esse estudo tem como objetivo
dissertar sobre o papel do professor na atualidade, portando será analisado o
papel do educador como emancipador social, o que pressupõe que a sua atuação,
juntamente com o educando, vá além da sala de aula, de como a educação deve
estar voltada para além dos anseios mercadológicos, deve estar voltada para o
anseio do próprio educando como protagonista direto de seus anseios pessoais e
coletivos, e que muitas vezes, a educação escolar e os anseios do educando são
pontos antagônicos. O que gera um desacordo por parte dos atores envolvidos.
Palavras-chave:Educação.Capitalismo.Emancipação .
1 INTRODUÇÃO
A educação escolar é
acessível a grande parte da população brasileira, mas em pleno século XXI,
temos um índice de analfabetismo, de acordo com Pnad no ano de 2012, que 11,9%
da população com 25 anos ou mais de idade não têm qualquer instrução, ou têm
menos de um ano de estudo. Um ano antes, tal proporção era de 15,1%. Com ensino
fundamental incompleto ou equivalente, estavam 33,5% do total da população
desta faixa etária.
Mesmo com
obrigatoriedade do ensino escolar para crianças na faixa etária de 6 a 8 anos
de idade, a escola ainda possui grande evasão. A faixa etária, de acordo com a
amostragem, dos 14 aos 17 anos ,é a mais incidente. Os adolescentes apresentam a
mair evasão escolar, o que reflete o descaso não só por parte dos alunos em
relação a educação escolar, mas da relação inversa .
A escola é pouco
atrativa, existe uma expectativa grande por parte do educando na sua introdução
no ambiente escolar de aprendizado, as crianças ao iniciarem sua vida escolar
apresentam grande interesse no que tange aos diversos tipos de aprendizagem,
através do estímulo, ela está receptiva aos diversos tipos de saberes, além de
apresentar grande interesse em novas descobertas, mas parece que o entusiasmo é inibido durante
a trajetória do educando, uma parcela significativa dos jovens, já mencionados
nesse estudo, se mostra desinteressada, ou tem seu estímulo inibido ao longo do
1° grau. Não é objetivo desse estudo analisar os porquês da evasão escolar, mas
analisar o objetivo da educação como emancipador social e do papel do professor
como protagonista de mudanças, e porque não dizer, de mudança de paradigma.
Ou seja, a educação
escolar contemporânea está voltada para que objetivo, de atender os anseios
mercadológicos, ou de atender os anseios dos educandos, ou seja, de emancipação
social? E as relações construídas entre o sistema de ensino de países
capitalistas de economia dependente, o caso do Brasil, atendem a quem? Aos
interesses do mercado? Ou aos interesse sociais da população? Sendo que grande parte da população, apesar
do acesso, não possui grau de instrução que desenvolva significativamente seus
anseios pessoais, coletivos, profissionais, intelectuais e que ao mesmo tempo
atenda aos anseios mercadológicos do sistema econômico ultraliberal.
2 DESENVOLVIMENTO
É importante antes de entramos propriamente no objetivo do
texto, de salientarmos qual a conjuntura econômica vigente em nosso país para
começar o estudo pertinente a proposta do texto, de uma educação para além das
relações mercadológicas, que atenda aos anseios da população e não apenas de
uma parcela responsável pela concentração e manuseio da grande parte do capital
oriundo desse sistema econômico, precisamos resgatar alguns conceitos.
De acordo com Cristian Caubet, não vivemos hoje num
modelo novo de capitalismo, neocapitalista, mas sim num modelo capitalista de
uma proporção em sua magnitude de desenvolvimento econômico, o capitalismo toma
grandes proporções a partir da mundialização cada vez mais exacerbada, onde
existe cada vez, mais nítido, grandes contrastes sociais. A luta de classes de
Marx está cada vez mais acirrada, e mais presente. A população torna-se mais
consciente, também por causa do processo de mundialização, que é o aspecto
positivo, da sociedade do conhecimento, mas é através da educação que novos
instrumentos de mudanças são construídos para e com a sociedade em geral.
Mészáros nos convida a pensar a sociedade tendo como
parâmetro o ser humano, e para isso devemos superar a lógica desumanizadora do
capital, que tem no individualismo, no lucro e na competição seus fundamentos. O
que é educar, segundo Gramsci, senão colocar fim à segmentação entre Homo
faber e Homo sapiens, é resgatar no sentido amplo o sentido estruturante da
educação e de sua relação com as relações de trabalho, de suas possibilidades
de criação, de formas criativa e principalmente emancipatórias. E ainda contribui
o autor, que a educação não pode estar restrita ao ambiente escolar, além de
ser constante.
A educação, em sentido amplo, desempenha uma
importância enorme como fator determinante de mudanças, os primeiros passos
para uma grande mudança social atualmente envolvem a necessidade de manter
controlada o estado político hostil que se opõe, por causa de sua própria
natureza antagônica a qualquer ideia de uma reestruturação mais ampla da
sociedade. Portanto se faz necessário a negação radical de toda a estrutura de
comando político do sistema do estado ultraliberal que defende seus próprios
interesses.
Diante do exposto acima, a tarefa histórica que temos
que enfrentar é incomensuravelmente maior que a negação do capitalismo, a
educação deve proporcionar a quebra das estruturas hegemônicas de produção. O
conceito emprestado de Meszáros, para além do capital é inerentemente
concreto. Ele tem em vista a realização de uma ordem social metabólica que
sustente concretamente a si própria, sem nenhuma referencia autojustificativa
para os males do capitalismo. E que diante da condicionalidade das demais
manifestações de alienação que o sistema impõe a negação deve ser direta. Ou
seja, a educação não pode estar entrelaçada às negações que o capitalismo
oferece de forma osbcura, às condições de uma educação voltada para o mercado e
não para o homem.(MESZÁROS, 2012)
Paulo Freire, educador brasileiro conhecido no mundo
inteiro, disserta sobre o papel do educador dentro desse contexto e levanta
alguns pontos importantes nesse estudo, dentro deles ressalta o compromisso do
profissional da educação para com a sociedade. A primeira condição para que um
ser possa assumir um ato comprometido está em ser capaz de agir e refletir, é
preciso que seja capaz de, estando no mundo, saber-se nele, saber que, se a forma pela qual está no mundo
condiciona a sua consciência deste estar, é capaz, sem dúvida, de ter
consciência desta consciência condicionada, ou seja, é capaz de intencionar sua
consciência para a própria forma de estar sendo, que condiciona sua consciência
de estar. (FREIRE, 1979)
Ainda dentro
da concepção freiriana, não é possível fazer uma reflexão sobre educação sem
refletir sobre o próprio homem, para ele, a educação é uma resposta da finitude
da infinitude, e ela é possível para o homem, pois este é inacabado e sabe-se
inacabado, o que o leva a perfeição, para isso a educação implica uma busca
realizada por um sujeito que é o homem e consequentemente, o homem deve ser o
sujeito de sua própria educação, não podendo ser objeto dela. O autor completa,
que por isso ninguém educa ninguém.(FREIRE, 1979)
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Diante do
estudo podemos concluir que uma educação voltada para atender as relações de
mercado muitas vezes vão de encontro aos anseios do educando, e porque não da
sociedade como ambiente das relações humanas, tendo em vista a manutenção do
sistema econômico, os quais não atendem a todos os atores sociais.
A educação em
sentido amplo deve atender aos anseios do homem como protagonista de suas
próprias mudanças e desejos. O homem, como ser complexo que é, não tem suas
necessidades atendidas unicamente pelo mercado, o homem como ser humano, tem
como fator determinante as suas relações humanas para com o meio, para com a
sociedade em que vive e ajuda a desenvolver.
O homem não
deve ser objeto das relações mercadológicas, e sim ser o precursor de sua
própria mudança, individual e coletiva afim de assegurar que seus anseios
pessoais sejam efetivamente atendidos, sem prejuízo de seus valores. O sistema
econômico ultraliberal, não está para servir os anseios da população, que está
em constante luta de classes, onde muitos são protagonistas de relações de
trabalho e não de relações humanas, onde elas estão dissociadas. E que não
atendem as perspectivas reais de mudanças sociais.
CANÇÃO PARA OS FONEMAS
DA ALEGRIA
Peço licença para algumas coisas.
Primeiramente para
desfraldar
este canto de amor
publicamente.
Sucede que só sei dizer
amor
quando reparto o ramo
azul de estrelas
que em meu peito
floresce de menino.
Peço licença para
soletrar,
no alfabeto do sol
pernambucano,
a palavra ti-jo-lo, por
exemplo,
e poder ver que dentro
dela vivem
paredes, aconchegos e
janelas,
e descobrir que todos
os fonemas
são mágicos sinais que
vão se abrindo
constelação de
girassóis gerando
em círculos de amor que
de repente
estalam como uma flor
no chão da casa.
Às vezes nem há casa: é
só o chão.
Mas sobre o chão quem reina
agora é um homem
diferente, que acaba de
nascer:
porque pouco unindo
pedaços de palavras
aos poucos vai unindo
argila e orvalho,
tristeza e pão, cambão
e beija-flor,
e caba por unir a
própria vida
no seu peito partida e
repartida
quando afinal descobre
num clarão
que o mundo é seu
também, que o seu trabalho
não é a pena que paga
por ser homem,
mas é um modo de amar –
e de ajudar
o mundo a ser melhor.
Peço licença
para avisar que, ao
gosto de Jesus,
este homem renascido é
um homem novo:
ele atravessa o campo
espalhando
a boa-nova, e chama os companheiros
a pelejar no limpo,
fronte a fronte,
contra o bicho de
quatrocentos anos,
mas cujo fel espesso
não resiste
a quarenta horas de
total ternura.
Peço licença para
terminar
soletrando a canção de
rebeldia
que existe nos fonemas
da alegria:
cancão de amor geral
que eu vi crescer
nos olhos do homem que
aprendeu a ler.
Thiago de Mello, Santiago
do Chile, verão de 1964.
REFERÊNCIAS
http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/condicaodevida/indicadoresminimos/tabela3.shtm acesso em
27 de novembro de 2013 às 13:24
CAUBET, Cristian. O
ultraliberalismo. Palestra uergs, setembro de 2010.
FREIRE, Paulo.
Educação e Mudança.23° edição. Paz e Terra, 1979.
MÉSZÁROS, István. A educação para além do capital. 2° Edição. Editora Boitempo, 2012.
Assinar:
Postagens (Atom)