Sua revista escolar de filosofia.

terça-feira, 26 de maio de 2015

Projeto de trabalho científico: seminário integrado

Olá, turmas de Seminário Integrado!

Sabe aquela parte da produção do projeto?

Então, é elemento do trabalho que precisamos realizar. Envolve nossa pesquisa e orienta nossa investigação para que o foco seja delimitado, seja bastante especificado e evite que nos percamos na procura por informações.

O projeto, que também podemos chamar de plano de trabalho, é o roteiro que pretendemos estabelecer.

Vamos organizar os passos necessários:

- TEMA
É o assunto que vamos tratar de modo geral. Exemplo: transporte público. Este é o tema.

- DELIMITAÇÃO DO TEMA
Significa que o assunto geral tem um ponto específico que nos interessa e vamos dizer qual é. Exemplo: o preço da passagem do transporte público na minha cidade nos últimos dois anos.

Neste momento, vamos propor para nós mesmos uma pergunta-problema que será a questão que vamos responder.
Exemplo: qual o impacto na renda do usuário de ônibus da minha cidade do aumento da passagem nos últimos dois anos?

- OBJETIVO GERAL
Este é o objetivo maior do trabalho, a conclusão esperada. Exemplo: esclarecer os motivos do aumento na passagem do trasporte público nos últimos dois anos e entender as consequências para a renda do usuário de ônibus.

- OBJETIVOS ESPECÍFICOS
São os objetivos que vão levar à conclusão do trabalho. Exemplo:
Identificar os aumentos do combustível (óleo diesel) nos últimos dois anos;
Compreender como o preço do combustível entra no cálculo do valor da passagem urbana;
Relacionar os aumentos na passagem ocorridos durante o período pesquisado e seus possíveis impactos na renda dos usuários de ônibus.

- METODOLOGIA DA PESQUISA
Vamos especificar que tipo de investigação será feita, qual será a técnica da pesquisa. Exemplo: a pesquisa será de natureza básica, pois será uma descrição do objeto investigado para tentar entendê-lo. 

- INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS
É a forma de apropriação das informações necessárias para a pesquisa. Exemplo: pesquisa de campo, entrevista, investigação bibliográfica em livros e outras publicações impressas e digitais.


Bem, lendo isto, como ficaria?

Agora pode dar uma certa aflição, né!?

Relaxa... Vai dar certo!

Abaixo você pode ler um plano de trabalho para ter uma ideia mais clara daquilo que você precisa fazer. Questões como linguagem científica nós vamos ver adiante, certo?!


PROJETO DE PESQUISA

TEMA: Ensino de Filosofia

DELIMITAÇÃO DO TEMA: Contribuição da disciplina de Filosofia para a formação da consciência política no contexto da Educação Superior brasileira.

PERGUNTA (PROBLEMA) DA PESQUISA: A orientação central do MEC para o ensino de Filosofia na Educação Básica é formar os estudantes para o exercício pleno da cidadania no contexto democrático. Neste sentido, a partir desta fase do ensino, a disciplina possui responsabilidade com o despertar da consciência política dos estudantes, o que vai provocar efeitos nas próximas etapas da vida social, como o trabalho e a universidade. Esta tarefa pedagógica depende, em parte significativa, da ação docente. Portanto, o que o professor de Filosofia ensina quando se propõe a contribuir com a emancipação crítica dos alunos tornando-os pessoas conscientes e participantes da cidadania no âmbito da democracia?

OBJETIVO GERAL: Analisar as diretrizes e os objetivos para o ensino de Filosofia e compreender a participação docente no processo de aprendizagem.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS:      
- Identificar as dimensões de atuação do professor de Filosofia entre o ensino do conteúdo disciplinar e a produção de conhecimento enquanto filósofo;         
- Estabelecer a relação entre a prática docente em Filosofia e a realização da expectativa de construção da cidadania democrática como identidade política por meio da disciplina;
- Propor a tendência pedagógica que pareça adequada para nortear o ensino de Filosofia no contexto educacional brasileiro, tendo por objetivo a formação da consciência política discente.

METODOLOGIA DA PESQUISA:
O artigo será elaborado por meio de pesquisa de natureza básica com a finalidade de compreender os procedimentos gerais sobre o ensino da Filosofia na educação nacional. Com abordagem qualitativa e exploratória, o trabalho pretende alcançar uma interpretação ampla para o problema, bem como refletir a respeito de propostas didáticas para a atividade docente da disciplina em questão.

INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS
O trabalho se desenvolverá utilizando a técnica de pesquisa bibliográfica abastecendo-se de livros e publicações digitais relacionadas ao objetivo a ser investigado.

imagem: dreamstime

domingo, 24 de maio de 2015

Linguagem filosófica: filosofar é libertar seu pensar, comunicar e agir

Mas, para isto, precisamos aprender uma maneira adequada que permita conquistar esta AUTONOMIA, esta liberdade de SER conforme as próprias regras, ou com a sua PRÓPRIA RAZÃO.

Não é uma caminhada simples. Contudo, pode ter o sentido de RENOVAÇÃO da CURIOSIDADE a respeito da realidade.

Você acha que consegue?
Está pronto para tentar?

Não precisa ter medo, basta acreditar que você tem o essencial para realizar: o pensamento!

Vamos nessa, então!?

Eis um segredinho: filosofar é um DIZER que requer um modo singular de LER a REALIDADE.

Fazer uma leitura do discurso ao nosso redor, TEXTUAL ou não textual, que é tudo aquilo que não está expresso em PALAVRAS, mas manda sua mensagem para nós, como a arquitetura de uma cidade, o comportamento silencioso das pessoas, uma paisagem...

Decifrar a eloquência do fenômeno do SER e delimitar aquilo que se diz sobre o que EXISTE.

Veja o que dizem as orientações curriculares da nossa querida filosofia:


“A pergunta que se coloca é: qual a contribuição específica da Filosofia em relação ao exercício da cidadania para essa etapa da formação? A resposta a essa questão destaca o papel peculiar da filosofia no desenvolvimento da competência geral de fala, leitura e escrita – competência aqui compreendida de um modo bastante especial e ligada à natureza argumentativa da Filosofia e à sua tradição histórica. Cabe, então, especificamente à Filosofia a capacidade de análise, de reconstrução racional e de crítica, a partir da compreensão de que tomar posições diante de textos propostos de qualquer tipo (tanto textos filosóficos quanto textos não filosóficos e formações discursivas não explicitadas em textos) e emitir opiniões acerca deles é
um pressuposto indispensável para o exercício da cidadania.” MEC, 2008, p. 26

Ou seja, estudante: ao mesmo tempo em que vamos conhecer a filosofia em sua história, vamos aprender um pouco o MÉTODO e a TÉCNICA que os filósofos aplicam para filosofar. Assim, você também vai chegar lá se tiver boa vontade e alegria em DESCOBRIR.

Abaixo estão algumas informações importantes para você compreender e consultar quando for preciso para resolver dúvidas sobre o que apresentamos até aqui.

O SENTIDO FORMATIVO DA FILOSOFIA
Ricardo Nascimento Fabrinni -USP

[...] é preciso ressaltar que cabe ao professor colocar o aluno em contato com diferentes modalidades discursivas. “Qualquer que seja o programa escolhido – ética, estética, filosofia política – não se pode esquecer que a leitura filosófica retém o essencial da atividade filosófica” (Favaretto, 1995, p.80); ou ainda: “É preciso acentuar que uma leitura não é filosófica apenas porque os textos são tidos por filosóficos - ou porque seus autores são considerados autores da história da filosofia, de Platão a Sartre -, uma vez que se pode ler textos filosóficos sem filosofar e ler textos considerados artísticos, políticos, jornalísticos filosoficamente” (Lyotard, 1993, p.117). Em outros termos: o que faz da leitura de um texto uma atividade filosófica não é a natureza disciplinar do texto lido, mas o modo como o leitor lê este texto; ou seja, o essencial dessa atividade está no modus operandi do leitor face às diferentes formas de enunciação. A “leitura filosófica” não se esgota, assim, na simples aplicação de metodologias de leituras. “Ela é um ‘exercício de escuta’, num sentido análogo ao da psicanálise, pois se manifesta como uma “elaboração do texto que desdobra seus pressupostos e subentendidos” (Favaretto, 1995, p.81).

Outro segredinho: aprender filosofia aprendendo a filosofar requer três fases indispensáveis a serem desenvolvidas:

1 – aprender o CONCEITO, ou seja, aquilo que as palavras significam em filosofia: liberdade, justiça, amor, autonomia, etc. O que são? Cada conceito é a SÍNTESE, o resumo ou conclusão de um modo de pensar o PROBLEMA filosófico. O que é tal coisa? A resposta CONCEITUAL oferece uma explicação coerente, consistente, geral, universal a ponto de ESCLARECER o que seja a coisa em toda a qualquer ocasião. Exemplo: há vários casos envolvendo a justiça e eles podem ser diferentes em suas particularidades, mas, a JUSTIÇA enquanto conceito pretende ser UNIVERSAL E REVELAR O QUE ELA É EM QUALQUER SITUAÇÃO.

2 – aprender a PROBLEMATIZAR, ou seja, a propor questões, perguntas que tenham relevância filosófica. Significa olhar para a realidade e perceber nela LACUNAS que necessitam preenchimentos. Por exemplo: SE TODO O HOMEM É LIVRE, POR QUE NÃO POSSO FAZER TUDO O QUE DESEJO? Isto vai exigir que se explique o que é a LIBERDADE enquanto fenômeno real e elaboração conceitual. A resposta vai levar à terceira etapa.

3 – a terceira etapa é a ARGUMENTAÇÃO. Quer dizer que se vão criar respostas satisfatórias para defender um PONTO DE VISTA, um modo filosófico de pensar. Mas, não é qualquer resposta que possa ser invalidada facilmente. É sim uma RESPOSTA LOGICAMENTE CONSISTENTE, que tenha coerência tão aprofundada que possa servir de VERDADE PARA SUSTENTAR UM CONCEITO, ter validade. Exemplo: ao responder o que é a liberdade, se constrói argumentos apropriados para isto. 

Durante o ano, vamos recorrer a estas etapas sempre que precisarmos para ENTENDER a filosofia que estamos estudando e o FILOSOFAR que estamos fazendo.

Um abraço e bons estudos!!

imagens: internet/kdfrases

domingo, 10 de maio de 2015

Deus é o homem?

Deus é a imagem e semelhança do homem.

Ousada esta inversão do que diz a religião?

Pode-se ter nesta síntese simples uma referência ao pensamento do filósofo alemão Ludwig Feuerbach a respeito da religiosidade.

Materialista, Feuerbach defende que as ideias são concepções do homem enquanto ser real e concreto, e não que o homem e a realidade concreta sejam resultado da ação de uma ideia, opondo-se assim ao idealismo de seu mestre Hegel. Deste modo, a religião é uma projeção do próprio homem em representação divina.

Este tema é assunto do livro do meu amigo, o professor de Filosofia Paulo Airton Hartmann.

A obra intitulada Feuerbach e o Ateísmo Antropológico é resultado da dissertação de mestrado do professor Paulo e agora chega ao público interessado em refletir sobre a questão.

O próprio autor resume o trabalho apresentando-o:

"Feuerbach responde à pergunta: de onde e como surge a religião? O homem, dotado de inteligência e consciência, é capaz de pensar-se como indivíduo e como espécie. Como indivíduo, percebe-se limitado. Como espécie, descobre sua essência. Sua essência e todas as suas potencialidades e desejos ele as projeta para fora de si e as chama Deus. Feuerbach, com seu ateísmo, quer restituir ao homem a dignidade perdida e demonstrar que a teologia é, na verdade, uma antropologia. Por fim, faz-se a crítica da crítica de Feuerbach. 




O livro destina-se a ateus e crentes que, como verdadeiros filósofos, se dispõem a um questionamento sobre suas crenças."


Então, interessado?

Para adquirir o livro basta acessar o site www.morebooks.de e encomendar.

Sobre o autor, o professor Paulo Airton Hartmann é natural de Montenegro, no Rio Grande do Sul. É licenciado em Filosofia pela FAFIMC. Possui especialização em Ensino Religioso pelo CESUCA e é mestre em Ética e Filosofia Política pela PUCRS.

Como você entende Deus? 
É possível que Deus seja uma projeção das potencialidades humanas, sendo uma representação sem realidade ontológica? 
Se for assim, a realidade concreta é uma autocriação da matéria? 
Só o que existe de concreto é o existente possível e ao alcance da experiência sensorial? 
Ou há uma realidade ideal que foge aos sentidos, mas é percebida pela razão? 

Certamente estas e outras questões podem ser pensadas com mais propriedade a partir do que traz o livro do professor Paulo.

imagens: Facebook Paulo Airton Hartmann, theophiliacs