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quinta-feira, 6 de março de 2014

Kant, a violência e o mal moral

Você se sente inseguro em sociedade?

Se a resposta for positiva, é sinal de que o contrato civil, que institui direitos ao homem, tem falhas na sua aplicação. O estado civil substitui o estado natural para garantir a vida, a liberdade e a propriedade aos indivíduos, numa definição liberal.

A instituição do contrato civil foi necessária para colocar limites às ações humanas. Cada um cede uma porção de sua liberdade para receber a proteção da lei e da sociedade.

Mas, por que a necessidade desta proteção?

Filósofos como Hobbes, acreditam que a natureza humana é . Ou seja, em estado natural, o homem cometerá o mal contra seu semelhante para defender seus próprios interesses, atender às inclinações próprias, aos desejos elementares.

Hoje, mesmo com as proibições da lei, as advertências da ética e da moral e as recomendações da religião, o homem segue praticando o mal.

Nesta quarta-feira, (05/03/14) um homem matou a própria mulher em Canoas, na Grande Porto Alegre. Ele decapitou a vítima com uma serra. O crime teria sido por ciúmes, segundo a polícia.

Um crime passional, envolve paixão, sofrimento, honra, orgulho, vaidade, fidelidade traída.

A motivação tem relação com interesses particulares que, de modo patológico, levaram ao homicídio.
Mas, quanto de interesses particulares há nas ações diárias que têm a aparência de serem boas, porém, atendem, no fundo, aos desejos privados, não podendo serem postas como modelo do comportamento, apesar de serem comuns?

São os móbiles da ação que Kant chamou de imperativos hipotéticos, diferentes do imperativo categórico, moral e universal.

E por que, mesmo conhecendo o que seja o bem, impessoal, desinteressado, para todos, dever de cada um para a harmonia e a realização moral geral, não se pratica este bem?

Heiner Klemme, da Universidade de Mainz, na Alemanha, propõe uma análise de Kant em um artigo onde estuda a hipótese do mal radical humano estar ligado à sua natureza. Na obra A religião nos limites da simples razão, Kant propõe sua análise da questão.

O mal moral natural seria a expressão dessa propensão do homem de priorizar seus interesses particulares antes do dever ético legítimo, resultado da operação do livre-arbítrio pelo reconhecimento racional da Lei Moral da qual o homem participa sempre como ser inteligível, como proposto por Kant, no cumprimento desse dever ético com implicações transformadoras do caráter e dos valores constituidores de uma comunidade universal e moralmente elevada.

Compreender o bem, a liberdade e a moral verdadeiras, conforme o pensamento kantiano, afastaria o homem do mal que ele elege ou a ele sucumbe por imperfeição no uso do entendimento e da liberdade e que se expressa no mundo do fenômeno pela prática humana.

Interessado?
Clique aqui e faça sua reflexão.

imagem: antropologia.ube
fonte: band

3 comentários:

  1. Acredito que o mal do agressor só será combatido com um mal superior.

    Adriano de Oliveira Freire

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  2. Seu texto na verdade faz poucas reflexões sobre o título, o qual chama a atenção e nos faz ler. Poderia desenvolver melhor a questão kantiana.

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    1. Olá, Nara! Obrigado pela leitura! O texto não deve esgotar o assunto, como, de fato, nenhum texto esgota. Deve sim criar algum interesse para que se investigue melhor o tema e faça as próprias interpretações. A hipótese é a de que o mal natural ou metafísico, tratado pela filosofia e pela teologia, imponha ao homem uma propensão ao mal moral que é corrigido com a ética, no caso em questão, a deontologia kantiana. A argumentação está no material autoral.

      Por isso que ao final do post há o link do texto do autor, Heiner Klemme, para que a fonte original seja consultada e, aí sim, se encontre os detalhes intencionalmente suprimidos. Consulte que acredito que você vai ter as informações que sente precisar.

      Espero ter te esclarecido.
      Um abraço!!

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