Sua revista escolar de filosofia.

quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

Você é uma pessoa íntegra?


Uma palavra pode resumir a relação entre honra e autoconfiança:

integridade.

Será que sim?

Integridade é coerência entre os diferentes níveis de desejos, comprometimentos e ações. 

Para a filosofia prática, ela expressa um caráter confiável harmônico cujas atitudes podem servir de modelo de conduta por realizar valores positivos, úteis, sejam eles princípios deontológicos ou consequencialistas.

Se a honra for tomada por valor de bem, ela se impõe como dever. Uma vez admitido, este dever se transforma em parâmetro prático. O indivíduo honrado não age por interesse outro, mas por autonomia e no cumprimento do dever. 

Não trai e não se trai, ao modo kantiano, porque seu dever está acima de tudo. Se a honra for aplicada por razão de sua consequência, ela é preferível enquanto produzir resultados bons para o sujeito e a sociedade.

A ação é convicta, intra e intersubjetivamente.


"Uma pessoa carece de integridade caso aja contrariamente a seus comprometimentos ou valores de ordem superior, porque ela não seria verdadeira para consigo própria, agindo em oposição ao que é importante para ela." FURROW, Dwight. Ética. p. 146.




Você se considera íntegro?



imagens: Filosofía Hoy, Amazon


sábado, 12 de dezembro de 2015

Um belo plágio

A filosofia está por aí.

Não pertence a ninguém, é de cada um.

Como diz Comte-Sponville, "trata-se de pensar melhor para viver melhor." 

Pensamos melhor quando pensamos por nós mesmos, mesmo que cheguemos às conclusões de outros. A diferença é que não aceitamos por aceitar, mas concordamos por convicção e aderimos com crítica autônoma ao saber que faz sentido e serve à conduta.

Por exemplo, a pergunta elementar da ética, "como viver?" é o despertar de muita filosofia.
E no filosofar, podemos trazer à argumentação o pensamento de quem nos antecedeu.

A citação de Jim Morrison, vocalista do The Doors e um dos mais influentes artistas do século XX, segundo a revista espanhola Filosofía Hoy, revive o pensamento de Epicuro, mestre do hedonismo grego do século IV a.C.

Vamos ver o que diz Epicuro:

"Habitua-te a pensar que nada é a morte para nós: pois todo mal e todo bem se acham na sensibilidade: e a morte é a privação da sensibilidade. O mais horrendo dos males, então, a morte, nada representa para nós: pois, enquanto existimos, a morte não existe, e, quando existe a morte, então nós já não existimos. Por isso, é insensato aquele que diz temer a morte, não porque lhe doerá quando ela chegar, mas porque lhe dói ao prevê-la [...]" (Epicuro, apud Mondolfo, p. 79) 

Agora, o que diz Morrison, conforme a revista: 



Ayer fue el aniversario del nacimiento de Jim Morrison, poeta y vocalista de la banda estadounidense The Doors.
Nos quedamos con esta cita suya, que bien podría haber salido de la boca del mismísimo Epicuro. ¿No creéis?


Então, não é um belo plágio?

imagem: Filosofía Hoy

domingo, 29 de novembro de 2015

Lugar nenhum

Sobre os desencantos pós-modernos e a angústia contemporânea:



"A alma que não tem objetivo estabelecido se perde, pois, como se diz, estar em toda parte é não estar em lugar nenhum." 


Montaigne, Ensaios.


imagem: montaigne-paris.fr


segunda-feira, 23 de novembro de 2015

Por que filosofar?

A

                                     
       filosofia é




o intelecto respirando.





imagem: Andy Singer

segunda-feira, 28 de setembro de 2015

"Os que estão contra mim"

Filosofia só é possível filosofando.

“[...] de mim não aprendereis filosofia, mas antes como filosofar, não aprendereis pensamentos para repetir, mas antes como pensar”. KANT, Crítica da Razão Pura. 

Ousar saber é maturidade intelectual de cada indivíduo que, somados, fazem a cultura iluminada de um povo. 

Quem sabe, um dia, cultura de toda a humanidade, inclinada por natureza ao saber, como diz Aristóteles

Para chegar lá, é preciso esforço intelectual.
Aquele que conquista a autonomia

Que faz do filosofar, atividade crítica, sistemática e reflexiva insistente, metódica, mas criativa. 

Esta é a ideia central do texto de Agostinho da Silva, filósofo português. 

Dele, deixamos um texto que é um clamor ao saber

Meu caro Amigo: do que você precisa, acima de tudo, é de se não lembrar do que eu lhe disse; nunca pense por mim, pense sempre por você; fique certo de que mais valem todos os erros, se forem cometidos segundo o que pensou e decidiu, do que todos os acertos, se eles forem meus, não seus. Se o criador o tivesse querido juntar muito a mim não teríamos talvez dois corpos distintos ou duas cabeças distintas. Os meus conselhos devem servir para que você se lhes oponha. É possível que depois da oposição venha a pensar o mesmo que eu; mas nessa altura já o pensamento lhe pertence. 

São meus discípulos, se alguns tenho, os que estão contra mim; porque esses guardaram no fundo da alma a força que verdadeiramente me anima e que mais desejaria transmitir-lhes: a de se não conformarem. […] Você tem a liberdade para decidir: pode ser literato, ou retórico, ou simples homem vibrando, ou filósofo […]. Mas seja filósofo a sério. Procure compreender os sistemas dos outros antes de criar um seu: se acha errado um grande filósofo, pense sempre que o erro é seu: é fora de dúvida que se não pôs e não venceu a fácil objecção que você lhe levanta (e talvez você até ao fim da vida só possa levantar fáceis objecções), é porque ela não tem razão de ser e vem dum engano seu. 

Estude ferozmente, com os dentes cerrados, empregue toda a sua força, estoire os músculos: ou você domina a filosofia ou a filosofia o domina a você: só quem é forte se apaixona; mas se você for ovelha ante os filósofos, só lhe resta um destino: o de balir. É preciso que haja no seu combate e logo nas horas de princípio um tal ímpeto de ataque, uma tal segurança de passo, que nenhuma fortaleza lhe possa resistir; empregue-se todo na sua faina, vá pelo simples à variedade, pelo especialismo ao total; ganhe primeiro uma disciplina, só depois se poderá lançar em aventuras. 

Sete cartas a um jovem filósofo.

imagem: rtp.pt

terça-feira, 15 de setembro de 2015

Viver ou morrer?

Se você fosse um doente terminal, preferiria morrer? 

Escolheria a morte voluntária assistida, a eutanásia, como é permitido em alguns estados como Oregon, Montana nos Estados Unidos ou em países como a Bélgica? 
Mesmo quando há uma procuração ou autorização, ela é legitimada pelo indivíduo, que a expressou enquanto cognitiva e emocionalmente capaz. 

O assunto é sério, implica uma profunda reflexão e remete a liberdade do arbítrio de cada sujeito e o que ele faz em relação à própria vida. 

Peter Singer, utilitarista australiano que milita em causas relacionadas à ética, sendo um dos mais influentes filósofos contemporâneos, defende a livre decisão privada nestes casos. Nem a lei, nem a moral possuem legitimidade ao arbitrar sobre a ação individual naquilo que o indivíduo faz com sua própria vida, pois entende-se que o sujeito é soberano e independente para deliberar e agir em relação a si. 

Vejamos um pouco do ponto de vista utilitarista.

O cálculo utilitarista prevê que a autonomia do indivíduo seja exercida a partir do critério elementar do prazer e da dor.

Pode ser?

Vejamos o correspondente epicurista: prazer e dor são sensações do corpo e o homem é essencialmente estético, material, biológico. A natureza o dotou, como a outros seres sensíveis, deste critério anterior à racionalidade para ele conduzir sua ética. Por isto o hedonismo tem o prazer como móvel da ação

Uma vida feliz é uma vida de prazeres

A prudência entra como segundo critério que permite julgar com maior propriedade se certos prazeres são necessários à vida feliz ou não. E como o sujeito tem na base da experiência as sensações, temer a morte ou o julgamento moral dos deuses é ingenuidade. A morte é o fim das sensações, os deuses são indiferentes, a realidade físcia é regulada pela mecânica dos átomos.

Para o utilitarista, a boa ação é aquela que aumenta o prazer da maioria e reduz a dor. Em casos clínicos irreversíveis, o sofrimento que causa no doente e no círculo próximo a ele, poderia ser diminuído com a morte voluntária. Ela cessa a dor do doente e restabelece assim as condições para construir novo bem-estar nos que ficam.

Parece justo se o sofrimento for visto como desprovido de qualquer utilidade.

Parece lícito se depois da morte houver o nada.

Parece ético se cria um parâmetro pelo qual a comunidade possa balizar a decisão privada nestes casos.

Mas, e as outras éticas que afirmam um fim para a vida humana em qualquer condição e vetam ao homem dispor da própria vida sendo ela um bem maior em si?


Valores éticos, como diz Wittgenstein, são transcendentais.

A ética não faz parte do mundo.

Não se exprime por proposições. 

Não é a descrição de um estado de coisas objetivo. 


Como é que fica? 

link: youtube
imagens: bioedge, valorizeaebd, numerocin

domingo, 9 de agosto de 2015

María está só

Selfie.
Por si mesmo. Só.

Na foto autocaptada, a moça sorridente é María José González, estudante de medicina da Universidad del Valle, no México. A senhora ao lado, tão junto e tão só, é uma paciente em agonia.

Em seu primeiro dia de prática médica como assistente da paciente, resolveu registrar o momento, como muitos fazem, para ter uma recordação. Selfie. Enquanto isto, a senhora morria.

María pretende ser médica. 
E se esquece de ser humana na cultura que desumaniza lentamente. 

Que vulgariza o sublime e humano momento de se ausentar de modo absoluto. “O ser-para-a-morte é essencialmente angústia”, diz Heidegger. Porque o ser humano é o único que sabe que vai morrer inexoravelmente. Ser consciente de um fim inevitável, trágico, produz angústia, que é um tipo de receio, de medo daquilo que não se pode evitar, mas não se sabe quando será. 

Que angústia experimenta María diante da morte, que também é sua? María é inconsciente do fim comum por negá-lo na impessoalidade de sua vida imprópria, inautêntica, alienada e decadente de valores existenciais significativos.

María é selfie.

Carece de praticar o cuidado que é compromisso ético com a existência, em especial, a humana. 

María é está presa em si mesma. 
Não vê o outro, nem se vê no outro, apesar de estar diante dele. 
O outro é só mais uma coisa no mundo.  

María não vê que “o rosto do outro torna impossível a indiferença” como diz Boff, nem entende que “a ética do cuidado aplicada à saúde enfatiza os papeis de interdependência mútua e resposta emocional como parte importante de nossas vidas morais” porque “transcende o cuidado em direção à cura física para o cuidado à atenção integral ao paciente”, como escrevem Schwanke e Cruz.  

María enxerga a si.
María está só.
Selfie.


Fontes: Ser e Tempo, Bioética, uma visão panorâmica
Imagem: María José González, via La FM, gertg


A verdade se revelará - Seminário Integrado, metodologia e coleta de dados

Metodologia da pesquisa...

Coleta de dados...


Praticamente mistérios a serem desvendados por quem está na fase de iniciação científica.


Ó, oráculo, sabeis o que significam estas práticas ocultas?


Calma, não se trata de esoterismo, estudante!



Vamos investigar e saber do que se trata consultando fontes bibliográficas.
Deixa o oráculo pra lá.

Nos dois links abaixo você vai poder tirar dúvidas a respeito do assunto.

Basta clicar sobre os títulos e a verdade se revelará.

Metodologia da pesquisa - p. 19 a 23.

Técnicas de coleta de dados - em PDF para baixar

Preparados para conhecer?

imagens: preparatusoposiciones, analitica

quinta-feira, 6 de agosto de 2015

Da aula ao blog

Mas que pampa é essa que eu recebo agora
Com a missão de cultivar raízes
Se dessa pampa que me fala a história
Não me deixaram nem sequer matizes

Conhece estes versos? 

São da música Herdeiro da Pampa Pobre, do Gaúcho da Fronteira



Ela foi gravada também pelos Engenheiros do Hawaii e está no disco Várias Variáveis, de 1991. (ouça aqui


A canção faz uma denúncia da decadência agropastoril do Rio Grande do Sul e da divisão de classes. Contudo, a pampa é mais do que o campo, é figura que representa não só a geografia, mas também a identidade riograndense, rural e urbana. 


O retrato artístico mostra a história de uma sociedade problemática de ontem com paralelos atuais. 

A partir da obra popular, sugerimos ao alunos de Filosofia e História em uma de nossas turmas do Ensino Médio que fizessem uma leitura crítica da poesia e construíssem no tempo de uma única aula, curto, portanto, uma breve dissertação expondo a relação entre o passado e o presente do Estado. 

O trabalho de uma aluna se destacou entre outros, também com qualidade, e por isso veio parar aqui no Filosofósforos. 

É um reconhecimento ao bom desempenho.

Que seja visto também como um estímulo aos outros alunos que quiserem ter seu texto publicado. 

O negócio é assim: se puxou, publicou! 

Então?! 
Vamos ver o que diz nossa estudante? 




Júlia Emidio
E.E.E.M. Santa Isabel, Viamão, RS. 
Turma 108







Do ouro à palha

Por muitos anos, no estado mais ao sul do Brasil, a população arcou com as consequências de um estado quebrado e em crise.

E eu lhe pergunto: como não culpar um governo que usa sua posição justamente para o contrário do que nos foi prometido? Como entender o fato de que tudo que está acontecendo agora começou cinquenta anos atrás? E por cinquenta anos a crise foi cultivada e nosso ouro, que valia tanto, se resumiu a palha. 

A pintura de um estado rico e promissor se tornou pó, e enquanto permanecemos sentados aguardando uma resposta do governo, um pronunciamento, uma reação, os professores recebem salários parcelados, a polícia se recusa a trabalhar por falta de recursos e nosso sonho, nossa esperança de uma solução escorre pelos dedos. 

imagens: facebook Júlia Emidio, ouvirmusica, vagalume

domingo, 26 de julho de 2015

Velho como se fosse novo

Tudo categorizado, termo após termo, significado após significado, sentido após sentido remetendo aos referentes mundanos. Encontram-se, na linguagem, as representações do imediato factual que a experiência dá à consciência

Pela linguagem cria-se uma "existência mais alta" como diz Hegel, universal, daquilo que é fenômeno

Contudo, a representação linguística não represa a realidade.


Explicaria o ser enquanto coisa-em-si? 

Por mais que tudo pareça categorizado e claro, contradições expõem o saber à desconstrução antitética e assim exigem ressignificações sintéticas cíclicas. 

A dinâmica dialética requer, deste modo, o estranhamento com o qual se pode olhar o velho com o espanto provocado como se fosse novo fazendo avançar a filosofia

"Para poder ver o mundo é preciso romper nossa familiaridade com ele", diz Merleau-Ponty. 

Você concorda com isto?  

imagem: Filosofía Hoy, luminousdarkcloud
citações: Filosofía Hoy e BUZZI, A. 

segunda-feira, 22 de junho de 2015

Citações e referências do trabalho científico

Ai, que loucura!

Como disse um dia a "pensadora" Narcisa Tamborindeguy, estudante.

Loucura fazer uma pesquisa científica e produzir um trabalho de conclusão de curso, o tal TCC.

É de fritar os neurônios elaborar o tema, delimitá-lo, criar a hipótese, a pergunta-problema, justificar, apresentar a metodologia, os instrumentos de coleta de dados... Cansei só de listar...

E ainda faltam coisas.

Entre elas, saber criar citações e referências, que precisam ser postas já no projeto de TCC quando se justifica, se dá os motivos de se querer investigar cientificamente determinado tema.

Vamos primeiro às citações.

Elas são essenciais à pesquisa.
Trazem credibilidade ao trabalho científico. Demonstram a seriedade da investigação, colaboram com as análises do pesquisador, confirmam ou contrariam pontos de vista epistemológicos, organizam as ideias e lógica do texto, trazem informações relevantes e fundamentais para o trabalho enriquecendo-o.

Por isto, devem estar nos elementos textuais do projeto e do TCC.

As citações podem ser curtas ou longas.

Curtas diretas; são aquelas que ocupam até três linhas do parágrafo e estão entre aspas porque são uma cópia do original. Exemplo: Conforme Santos (2013, p.24), "a internet é hoje uma fonte fundamental de informação."

Ou

A conclusão é de que "a internet é hoje uma fonte fundamental de informação." (SANTOS, 2013, p. 24).

Curtas indiretas: São aquelas em que o texto do pesquisador é escrito com suas próprias palavras, mas a ideia é igual a do autor original. Exemplo: Porque a internet é considerada uma forma essencial de obter informações. (SANTOS, 2013).

Citações longas: são aquelas que possuem mais de três linhas e assim vão em parágrafo próprio com formatação exclusiva.

Recuo de 4 cm
Fonte corpo 10
Espacejamento simples
Autor, ano e página no fim da citação entre parênteses: (SANTOS, 2013, p.24) 

Olha a foto ao lado pra ver como é.

Para saber mais, clique aqui.

Vamos às referências?!

São as apresentações da obras citadas, espécie de "endereço completo" das informações da pesquisa.

Referência é conjunto padronizado de elementos descritivos, retirados de um documento, que permite a sua identificação individual. (NBR 6023, 2002, p. 2).

São várias as referências e elas são aplicadas a cada tipo de documento consultado.
Vamos ver algumas mais comuns, presumindo a rotina do público de Seminário Integrado.

(As exemplificações foram retiradas de documentos universitários disponíveis nos links, não citados para não poluir os exemplos) 

De livros físicos:

Autor. Título da obra, edição, quando houver, cidade, editora, ano da publicação.

Ex: DINA, Antonio. A fábrica automática e a organização do trabalho. 2. ed. Petrópolis: Vozes, 1987.

De artigos de jornais:

Autor do artigo. Título do artigo, subtítulo, quando tiver; título do jornal; local de publicação; data com dia, mês e ano; nome do caderno ou suplemento, quando houver; página ou páginas do artigo referenciado.

Ex: OLIVEIRA, W. P. de. Judô: Educação física e moral. O Estado de Minas, Belo Horizonte, 17 mar. 1981. Caderno de esporte, p. 7.

Artigos de periódicos da internet:

Autor. Título do artigo. Título da publicação seriada, local, volume, número, mês ano. Paginação ou indicação de tamanho. Disponível em:<aqui vai o endereço eletrônico>. Acesso em: data.

Ex: MALOFF, Joel. A internet e o valor da "internetização". Ciência da Informação, Brasília, v. 26, n. 3, 1997. Disponível em:<http://www.cienciaeinformacao.com.br/internet/pdf>. Acesso em: 18 maio 1998.

Quer saber mais

Clique aqui e veja outros modelos. 

Loucura, estudante!!

imagens: youtube, uol
fontes: ufsc, furb




quarta-feira, 17 de junho de 2015

Noções do texto 2 - Função referencial da linguagem

Uma das dificuldades de quem está iniciando no texto cientifico é trabalhar a linguagem apropriada.

Isto ocorre, geralmente, por falta de hábito em exercitar a função referencial ou denotativa da linguagem de maneira exclusiva. Significa que, mesmo que se produza textos com esta de função, ela não tem predominado.

Então, tem que treinar!

Mas, antes da dificuldade e de querer quebrar tudo, o negócio é dar uma olhada atenta nas características da linguagem referencial para lembrar aquilo que foi estudado em Língua Portuguesa.


Depois é só partir para a redação do projeto e da pesquisa do Seminário Integrado.

Faz assim: clica aqui, ó e acessa um site sobre o assunto.

Belê?!

imagem: qualeolink

sexta-feira, 12 de junho de 2015

Noções do texto científico: Seminário Integrado

Turmas 204, 205 e 304!

Preparados para trabalhar?!


Claro, né!

Cada um está indo ao encontro de um tema que gosta e vai sentir grande alegria em ter novos conhecimentos. 

Acorda, ae!


Vamos sistematizar mais nosso processo para ficar legal!

Agora, um pouco de redação científica.
Ela exige domínio da informação.

Significa que ela está amparada em dados levantados pelo pesquisador, sejam eles mensuráveis em quantidade ou sejam conhecimentos adquiridos na investigação por meio de obras consultadas. É o que se chama de elementos quantitativos e qualitativos.

Deste modo, o texto científico não contém opiniões do pesquisador, preconceitos, senso comum.

Mas, contém afirmações concluídas a partir da pesquisa. Estas afirmações pretendem ter validade científica e devem ser justificadas pelas referências citadas na pesquisa.

O que isto quer dizer?

Que o pesquisador investiga autores que trabalharam o mesmo assunto e vê o que foi dito. Este conhecimento garante que o conteúdo da pesquisa não foi tirado somente da cabeça do estudante que faz a pesquisa. E as partes de livros ou outras fontes citadas no trabalho devem trazer as referências, que são o nome do autor, ano da obra e página. Ao longo do estudo vamos ver como se faz isto.

O texto do trabalho científico deve ser:

- coerente: ter uma sequência de ideias conforme o que foi proposto já no resumo do trabalho, lá no início dele e que serve de apresentação ao leitor;
- objetivo: ir direto ao ponto ao afirmar, sem frases longas ou artifícios de linguagem que escondam a precisão do que se está dizendo e apoiar tudo o que se escreve em dados e provas colhidos na pesquisa;
- conciso: dizem o máximo com o menor número de palavras, essa é a regra e ela tem relação com a objetividade;
- claro: usar palavras simples e criar frases com sentido completo. Faça este teste: leia seu texto em voz alta e, se tiver alguma dúvida e quiser ler de novo, é porque não está claro. Reescreva aquele ponto.
- preciso: procura palavras que tenham o sentido mais exato com o que se quer dizer e evitar expressões que generalizam, como por exemplo, a expressão grande parte. Se você tem a informação da quantidade, diga quanto é: "de 100 pessoas entrevistadas, 83 disseram que não." Ou "83% recusou o teste."
- imparcial: manter as conclusões amparadas nos dados levantados pela pesquisa. Mesmo que elas contrariem a vontade do pesquisador. Não se deve assumir um lado, mas apontar a verdade dos fatos e dados pesquisados. O pesquisador assume uma posição de neutralidade científica. O resultado é que fala por si mesmo e quem lê a pesquisa tira suas próprias conclusões.
- impessoal: texto jamais em primeira pessoa, como "meu trabalho é, minha conclusão, apontamos que, etc." O correto é "este trabalho, a conclusão apontada, entende-se que."

Vamos ver um pouco de formatação?

A apresentação gráfica segundo as normas da ABNT tem algumas variações.
O modelo que vamos propor é da NBR 6022(2003), adaptado em 2007 e NBR 6024(2012).

Papel: folha A4

Margens: esquerda, direita, superior e inferior de 2cm

Espaçamento entrelinhas: 1,5 no corpo do trabalho e simples nas citações longas, referências, legendas e ilustrações de tabelas;

Numeração de páginas: no canto superior direito da folha, a partir da segunda folha;

Fonte: Times New Roman, tamanho 12 para o texto e 10 para as citações longas. 

Todo o trabalho deve estar justificado em suas margens. 
O cabeçalho é centralizado

As citações longas têm recuo 4 à esquerda e 0 à direita, espaço simples;
Parágrafos: primeira linha com recuo 1,5.
Títulos de seções numerados e sem recuo. 

Deixar uma linha em branco entre cada parágrafo e entre os parágrafos e as citações longas.

Mais para frente nós vamos ver a metodologia da pesquisa, os instrumentos de coleta de dados e como usar as citações e fazer a referências.

Por enquanto, para o pré-projeto o necessário é:

o título, o tema, a delimitação do tema, a pergunta-problema, os objetivos geral e específicos

Cabeçalho do TCC:

COLOCAR AQUI O TÍTULO DA PESQUISA, EXEMPLO: O EFEITO DA RADIAÇÃO DE CELULAR NA SAÚDE HUMANA (fonte tamanho 18 ou 20 em negrito)

Nome do aluno (fonte corpo 12)
Professor Orientador: xxxxxx
Nome da escola 
Nome da disciplina (número da turma) – nível (Ensino Médio) 
xx/xx/201x






Certo?!

Olha um exemplo de como vai ficar tua produção científica...


#tacalepau




imagen: adiberj, internet divulgação

Como iniciar a pesquisa: pré-projeto

Essa é para o pessoal do Seminário Integrado que ainda está com dificuldade em elaborar o pré-projeto da pesquisa.

Vamos lá?

Então, atenção turmas 204, 205 e 304!

Atire a primeira pedra somente quem nunca tiver dito esta frase:

"Professor, eu sei o que eu quero fazer, mas não sei bem como começar!"


Não é pecado nenhum não saber exatamente como engrenar na pesquisa científica.


Por isto é importante, antes de mais nada, escolher um tema.


Ele deve ser agradável para o pesquisador para ele não se desinteressar ao longo do trabalho.

Depois, tem que ter também relevância científica. Tem que contribuir para fazer o conhecimento avançar na área escolhida.

Tendo o tema, o passo seguinte é dar um limite para ele e então se perguntar:

- qual minha dúvida sobre isto? 
- o que eu quero exatamente saber sobre este assunto? 

Com isto se formula a pergunta problema, uma questão que o pesquisador vai responder com seu trabalho.

Repetir estas informações é reforçar a orientação neste ponto de elaboração do projeto.

Serve para que a gente consiga superar a fase da frase lá do começo do post!

Quem chega até a pergunta-problema, começa a estabelecer seus objetivos e parte para a ação.

Por exemplo, se eu quero pesquisar o efeito da radiação de telefonia celular na saúde humana, eu vou me perguntar: a radiodifusão da telefonia móvel pode provocar danos à saúde humana? 

Então, objetivos:

Geral: Compreender os efeitos da radiação de telefonia sobre o organismo humano.
Específicos: Entender qual o grau de exposição à radiação de telefonia celular pode ser considerado de risco; avaliar o nível de exposição humana à radiação de celular na minha cidade; apontar prováveis consequências da exposição à radiação de telefonia para a saúde humana.

Combinado?

Pense no que você quer e tente seguir o roteiro.
No post abaixo estão mais detalhes sobre o assunto.

Explore o blog e vá em frente!


imagens: bubblegumers, tenhoumaduvida

terça-feira, 26 de maio de 2015

Projeto de trabalho científico: seminário integrado

Olá, turmas de Seminário Integrado!

Sabe aquela parte da produção do projeto?

Então, é elemento do trabalho que precisamos realizar. Envolve nossa pesquisa e orienta nossa investigação para que o foco seja delimitado, seja bastante especificado e evite que nos percamos na procura por informações.

O projeto, que também podemos chamar de plano de trabalho, é o roteiro que pretendemos estabelecer.

Vamos organizar os passos necessários:

- TEMA
É o assunto que vamos tratar de modo geral. Exemplo: transporte público. Este é o tema.

- DELIMITAÇÃO DO TEMA
Significa que o assunto geral tem um ponto específico que nos interessa e vamos dizer qual é. Exemplo: o preço da passagem do transporte público na minha cidade nos últimos dois anos.

Neste momento, vamos propor para nós mesmos uma pergunta-problema que será a questão que vamos responder.
Exemplo: qual o impacto na renda do usuário de ônibus da minha cidade do aumento da passagem nos últimos dois anos?

- OBJETIVO GERAL
Este é o objetivo maior do trabalho, a conclusão esperada. Exemplo: esclarecer os motivos do aumento na passagem do trasporte público nos últimos dois anos e entender as consequências para a renda do usuário de ônibus.

- OBJETIVOS ESPECÍFICOS
São os objetivos que vão levar à conclusão do trabalho. Exemplo:
Identificar os aumentos do combustível (óleo diesel) nos últimos dois anos;
Compreender como o preço do combustível entra no cálculo do valor da passagem urbana;
Relacionar os aumentos na passagem ocorridos durante o período pesquisado e seus possíveis impactos na renda dos usuários de ônibus.

- METODOLOGIA DA PESQUISA
Vamos especificar que tipo de investigação será feita, qual será a técnica da pesquisa. Exemplo: a pesquisa será de natureza básica, pois será uma descrição do objeto investigado para tentar entendê-lo. 

- INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS
É a forma de apropriação das informações necessárias para a pesquisa. Exemplo: pesquisa de campo, entrevista, investigação bibliográfica em livros e outras publicações impressas e digitais.


Bem, lendo isto, como ficaria?

Agora pode dar uma certa aflição, né!?

Relaxa... Vai dar certo!

Abaixo você pode ler um plano de trabalho para ter uma ideia mais clara daquilo que você precisa fazer. Questões como linguagem científica nós vamos ver adiante, certo?!


PROJETO DE PESQUISA

TEMA: Ensino de Filosofia

DELIMITAÇÃO DO TEMA: Contribuição da disciplina de Filosofia para a formação da consciência política no contexto da Educação Superior brasileira.

PERGUNTA (PROBLEMA) DA PESQUISA: A orientação central do MEC para o ensino de Filosofia na Educação Básica é formar os estudantes para o exercício pleno da cidadania no contexto democrático. Neste sentido, a partir desta fase do ensino, a disciplina possui responsabilidade com o despertar da consciência política dos estudantes, o que vai provocar efeitos nas próximas etapas da vida social, como o trabalho e a universidade. Esta tarefa pedagógica depende, em parte significativa, da ação docente. Portanto, o que o professor de Filosofia ensina quando se propõe a contribuir com a emancipação crítica dos alunos tornando-os pessoas conscientes e participantes da cidadania no âmbito da democracia?

OBJETIVO GERAL: Analisar as diretrizes e os objetivos para o ensino de Filosofia e compreender a participação docente no processo de aprendizagem.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS:      
- Identificar as dimensões de atuação do professor de Filosofia entre o ensino do conteúdo disciplinar e a produção de conhecimento enquanto filósofo;         
- Estabelecer a relação entre a prática docente em Filosofia e a realização da expectativa de construção da cidadania democrática como identidade política por meio da disciplina;
- Propor a tendência pedagógica que pareça adequada para nortear o ensino de Filosofia no contexto educacional brasileiro, tendo por objetivo a formação da consciência política discente.

METODOLOGIA DA PESQUISA:
O artigo será elaborado por meio de pesquisa de natureza básica com a finalidade de compreender os procedimentos gerais sobre o ensino da Filosofia na educação nacional. Com abordagem qualitativa e exploratória, o trabalho pretende alcançar uma interpretação ampla para o problema, bem como refletir a respeito de propostas didáticas para a atividade docente da disciplina em questão.

INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS
O trabalho se desenvolverá utilizando a técnica de pesquisa bibliográfica abastecendo-se de livros e publicações digitais relacionadas ao objetivo a ser investigado.

imagem: dreamstime

domingo, 24 de maio de 2015

Linguagem filosófica: filosofar é libertar seu pensar, comunicar e agir

Mas, para isto, precisamos aprender uma maneira adequada que permita conquistar esta AUTONOMIA, esta liberdade de SER conforme as próprias regras, ou com a sua PRÓPRIA RAZÃO.

Não é uma caminhada simples. Contudo, pode ter o sentido de RENOVAÇÃO da CURIOSIDADE a respeito da realidade.

Você acha que consegue?
Está pronto para tentar?

Não precisa ter medo, basta acreditar que você tem o essencial para realizar: o pensamento!

Vamos nessa, então!?

Eis um segredinho: filosofar é um DIZER que requer um modo singular de LER a REALIDADE.

Fazer uma leitura do discurso ao nosso redor, TEXTUAL ou não textual, que é tudo aquilo que não está expresso em PALAVRAS, mas manda sua mensagem para nós, como a arquitetura de uma cidade, o comportamento silencioso das pessoas, uma paisagem...

Decifrar a eloquência do fenômeno do SER e delimitar aquilo que se diz sobre o que EXISTE.

Veja o que dizem as orientações curriculares da nossa querida filosofia:


“A pergunta que se coloca é: qual a contribuição específica da Filosofia em relação ao exercício da cidadania para essa etapa da formação? A resposta a essa questão destaca o papel peculiar da filosofia no desenvolvimento da competência geral de fala, leitura e escrita – competência aqui compreendida de um modo bastante especial e ligada à natureza argumentativa da Filosofia e à sua tradição histórica. Cabe, então, especificamente à Filosofia a capacidade de análise, de reconstrução racional e de crítica, a partir da compreensão de que tomar posições diante de textos propostos de qualquer tipo (tanto textos filosóficos quanto textos não filosóficos e formações discursivas não explicitadas em textos) e emitir opiniões acerca deles é
um pressuposto indispensável para o exercício da cidadania.” MEC, 2008, p. 26

Ou seja, estudante: ao mesmo tempo em que vamos conhecer a filosofia em sua história, vamos aprender um pouco o MÉTODO e a TÉCNICA que os filósofos aplicam para filosofar. Assim, você também vai chegar lá se tiver boa vontade e alegria em DESCOBRIR.

Abaixo estão algumas informações importantes para você compreender e consultar quando for preciso para resolver dúvidas sobre o que apresentamos até aqui.

O SENTIDO FORMATIVO DA FILOSOFIA
Ricardo Nascimento Fabrinni -USP

[...] é preciso ressaltar que cabe ao professor colocar o aluno em contato com diferentes modalidades discursivas. “Qualquer que seja o programa escolhido – ética, estética, filosofia política – não se pode esquecer que a leitura filosófica retém o essencial da atividade filosófica” (Favaretto, 1995, p.80); ou ainda: “É preciso acentuar que uma leitura não é filosófica apenas porque os textos são tidos por filosóficos - ou porque seus autores são considerados autores da história da filosofia, de Platão a Sartre -, uma vez que se pode ler textos filosóficos sem filosofar e ler textos considerados artísticos, políticos, jornalísticos filosoficamente” (Lyotard, 1993, p.117). Em outros termos: o que faz da leitura de um texto uma atividade filosófica não é a natureza disciplinar do texto lido, mas o modo como o leitor lê este texto; ou seja, o essencial dessa atividade está no modus operandi do leitor face às diferentes formas de enunciação. A “leitura filosófica” não se esgota, assim, na simples aplicação de metodologias de leituras. “Ela é um ‘exercício de escuta’, num sentido análogo ao da psicanálise, pois se manifesta como uma “elaboração do texto que desdobra seus pressupostos e subentendidos” (Favaretto, 1995, p.81).

Outro segredinho: aprender filosofia aprendendo a filosofar requer três fases indispensáveis a serem desenvolvidas:

1 – aprender o CONCEITO, ou seja, aquilo que as palavras significam em filosofia: liberdade, justiça, amor, autonomia, etc. O que são? Cada conceito é a SÍNTESE, o resumo ou conclusão de um modo de pensar o PROBLEMA filosófico. O que é tal coisa? A resposta CONCEITUAL oferece uma explicação coerente, consistente, geral, universal a ponto de ESCLARECER o que seja a coisa em toda a qualquer ocasião. Exemplo: há vários casos envolvendo a justiça e eles podem ser diferentes em suas particularidades, mas, a JUSTIÇA enquanto conceito pretende ser UNIVERSAL E REVELAR O QUE ELA É EM QUALQUER SITUAÇÃO.

2 – aprender a PROBLEMATIZAR, ou seja, a propor questões, perguntas que tenham relevância filosófica. Significa olhar para a realidade e perceber nela LACUNAS que necessitam preenchimentos. Por exemplo: SE TODO O HOMEM É LIVRE, POR QUE NÃO POSSO FAZER TUDO O QUE DESEJO? Isto vai exigir que se explique o que é a LIBERDADE enquanto fenômeno real e elaboração conceitual. A resposta vai levar à terceira etapa.

3 – a terceira etapa é a ARGUMENTAÇÃO. Quer dizer que se vão criar respostas satisfatórias para defender um PONTO DE VISTA, um modo filosófico de pensar. Mas, não é qualquer resposta que possa ser invalidada facilmente. É sim uma RESPOSTA LOGICAMENTE CONSISTENTE, que tenha coerência tão aprofundada que possa servir de VERDADE PARA SUSTENTAR UM CONCEITO, ter validade. Exemplo: ao responder o que é a liberdade, se constrói argumentos apropriados para isto. 

Durante o ano, vamos recorrer a estas etapas sempre que precisarmos para ENTENDER a filosofia que estamos estudando e o FILOSOFAR que estamos fazendo.

Um abraço e bons estudos!!

imagens: internet/kdfrases

domingo, 10 de maio de 2015

Deus é o homem?

Deus é a imagem e semelhança do homem.

Ousada esta inversão do que diz a religião?

Pode-se ter nesta síntese simples uma referência ao pensamento do filósofo alemão Ludwig Feuerbach a respeito da religiosidade.

Materialista, Feuerbach defende que as ideias são concepções do homem enquanto ser real e concreto, e não que o homem e a realidade concreta sejam resultado da ação de uma ideia, opondo-se assim ao idealismo de seu mestre Hegel. Deste modo, a religião é uma projeção do próprio homem em representação divina.

Este tema é assunto do livro do meu amigo, o professor de Filosofia Paulo Airton Hartmann.

A obra intitulada Feuerbach e o Ateísmo Antropológico é resultado da dissertação de mestrado do professor Paulo e agora chega ao público interessado em refletir sobre a questão.

O próprio autor resume o trabalho apresentando-o:

"Feuerbach responde à pergunta: de onde e como surge a religião? O homem, dotado de inteligência e consciência, é capaz de pensar-se como indivíduo e como espécie. Como indivíduo, percebe-se limitado. Como espécie, descobre sua essência. Sua essência e todas as suas potencialidades e desejos ele as projeta para fora de si e as chama Deus. Feuerbach, com seu ateísmo, quer restituir ao homem a dignidade perdida e demonstrar que a teologia é, na verdade, uma antropologia. Por fim, faz-se a crítica da crítica de Feuerbach. 




O livro destina-se a ateus e crentes que, como verdadeiros filósofos, se dispõem a um questionamento sobre suas crenças."


Então, interessado?

Para adquirir o livro basta acessar o site www.morebooks.de e encomendar.

Sobre o autor, o professor Paulo Airton Hartmann é natural de Montenegro, no Rio Grande do Sul. É licenciado em Filosofia pela FAFIMC. Possui especialização em Ensino Religioso pelo CESUCA e é mestre em Ética e Filosofia Política pela PUCRS.

Como você entende Deus? 
É possível que Deus seja uma projeção das potencialidades humanas, sendo uma representação sem realidade ontológica? 
Se for assim, a realidade concreta é uma autocriação da matéria? 
Só o que existe de concreto é o existente possível e ao alcance da experiência sensorial? 
Ou há uma realidade ideal que foge aos sentidos, mas é percebida pela razão? 

Certamente estas e outras questões podem ser pensadas com mais propriedade a partir do que traz o livro do professor Paulo.

imagens: Facebook Paulo Airton Hartmann, theophiliacs

quarta-feira, 15 de abril de 2015

A força do destino

Você acredita no destino?

A resposta pode ser indiferente.

Pois, se o destino é força determinadora dos fatos ou não, crer nele não faz diferença. Ele atuará ou não igualmente. Seria preciso, então, encontrar argumentos consistentes o suficiente para comprovar que os acontecimentos da vida são presididos pela força do destino.

O fenômeno é uma referência. O real concreto é fato. Aquilo que ocorre no mundo acontece por necessidade. Encontrar conexões que formam o conjunto de circunstâncias causadoras dos efeitos do mundo seria uma ilusão humana que caracterizaria a resistência em aceitar que o fato é único, jamais múltiplo.

O que ocorre descarta todas as outras possibilidades.

E por que as coisas ocorrem?
Seria pela conjunção dos fatores?
Estes fatores seriam voluntários ou determinados?

Esta é a questão.

Aquilo que existe possui realidade maior do que aquilo que é especulado, imaginado, pensado, o que é abstrato, ideia, representação. Neste sentido, a força atrativa da realidade para a produção dos fenômenos é a própria força criadora ativa e concreta. Esta potência é presente


Só há este presente concreto transformando-se por suas próprias leis e, deste modo, a vontade não pode intervir na potência real e possui apenas a ilusão de controlar os atos quando o ser é sim guiado pela realidade que se impõe como verdade porque de fato existe. Por exemplo, as escolhas que se faz ao longo da vida são as escolhas possíveis para confirmar o que a realidade quer.




Isto perturba?

Pode ser que sim. Pois, tira do sujeito o liberdade de arbítrio e confirma o trágico como fim da existência. Por outro lado, configura a humildade do ser diante do poder real, que em alguns casos é proposto como sendo o próprio poder divino imanente. Esta ideia é parte do núcleo ontológico estoico e está presente em diferentes filosofias, como nas de Nietzsche ou Spinoza. 

"O destino guia aquele que consente e arrasta aquele que recusa" Sêneca

"Que é Deus? Tudo o que vês e tudo o que não vês. Idem

"Lembra-te, pois, que se tomares como livres coisas que são escravas por natureza, e por tuas as que são alheias, surgirão continuamente obstáculos após obstáculos e ficarás aflito, perturbado." Epicteto

"Sabes o que é teu? O uso que fazes da aparência das coisas." Idem

"[...] existe acaso um só néscio que viva sem sofrer, sem temer, sem cair, sem alcançar a meta? Nenhum. Não há, portanto, ninguém livre." Idem


O filósofo francês Clément Rosset trata da questão no livro O real e seu duplo

Diz, por exemplo, que a narrativa oracular guarda a ilusão de fuga do destino por conhecê-lo. Mas, ao fugir do destino, se faz com que ele se cumpra, como o mito de Édipo.




Não é estranho apesar de lógico?



Então, você aceita a ação do destino enquanto princípio real, tenha ele o nome que tiver?


imagens: dtcom, portalplanetasedna, fatamorgana, freethoughtalmanac, record
citações: Mondolfo, Rosset