Sua revista escolar de filosofia.
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terça-feira, 2 de junho de 2020

Basta pouco, basta nada

AULA DIGITAL PROGRAMADA - EEEM SANTA ISABEL - TERCEIROS ANOS - FILOSOFIA #6

Olá, pessoal!

Pandemia! Pandemia!

O que queres que eu faça
sem sejas ameaça?

Seguimos juntos, cuidando de tudo, da saúde física e emocional, vencendo o tempo nos estudos.

Nessa retomada, vamos focar em pensar a Filosofia aplicada ao Enem.

Com isso nós vamos apresentar questões que resgatem momentos estudados ao longo do Ensino Médio, comentando as questões propostas para que vocês tenham clareza naquilo que está sendo solicitado.

Vamos lá?

Analise a questão:

"A quem não basta pouco, nada basta." EPICURO. Os pensadores. São Paulo:
Epicuro
Abril Cultural, 1985.

Remanescente do período helenístico, a máxima apresentada valoriza a
seguinte virtude:

A) Esperança, tida como confiança no porvir.
B) Justiça, interpretada como retidão de caráter.
C) Temperança, marcada pelo domínio da vontade.
D) Coragem, definida com fortitude na dificuldade.
E) Prudência, caracterizada pelo correto uso da razão.


RESPONDA QUAL A ALTERNATIVA CORRETA. 

ATENÇÃO!! A RESPOSTA DEVE SER PUBLICADA NA ÁREA DOS COMENTÁRIOS DESSA POSTAGEM

COLOQUE SEU NOME, TURMA E A LETRA CORRESPONDENTE À RESPOSTA QUE VOCÊ CONSIDERA A CERTA. 

Na próxima semana nós vamos comentar a questão para saber qual a resposta correta e por quê. 

sábado, 12 de dezembro de 2015

Um belo plágio

A filosofia está por aí.

Não pertence a ninguém, é de cada um.

Como diz Comte-Sponville, "trata-se de pensar melhor para viver melhor." 

Pensamos melhor quando pensamos por nós mesmos, mesmo que cheguemos às conclusões de outros. A diferença é que não aceitamos por aceitar, mas concordamos por convicção e aderimos com crítica autônoma ao saber que faz sentido e serve à conduta.

Por exemplo, a pergunta elementar da ética, "como viver?" é o despertar de muita filosofia.
E no filosofar, podemos trazer à argumentação o pensamento de quem nos antecedeu.

A citação de Jim Morrison, vocalista do The Doors e um dos mais influentes artistas do século XX, segundo a revista espanhola Filosofía Hoy, revive o pensamento de Epicuro, mestre do hedonismo grego do século IV a.C.

Vamos ver o que diz Epicuro:

"Habitua-te a pensar que nada é a morte para nós: pois todo mal e todo bem se acham na sensibilidade: e a morte é a privação da sensibilidade. O mais horrendo dos males, então, a morte, nada representa para nós: pois, enquanto existimos, a morte não existe, e, quando existe a morte, então nós já não existimos. Por isso, é insensato aquele que diz temer a morte, não porque lhe doerá quando ela chegar, mas porque lhe dói ao prevê-la [...]" (Epicuro, apud Mondolfo, p. 79) 

Agora, o que diz Morrison, conforme a revista: 



Ayer fue el aniversario del nacimiento de Jim Morrison, poeta y vocalista de la banda estadounidense The Doors.
Nos quedamos con esta cita suya, que bien podría haber salido de la boca del mismísimo Epicuro. ¿No creéis?


Então, não é um belo plágio?

imagem: Filosofía Hoy

terça-feira, 25 de março de 2014

O prazer de Epicuro

Numa tarde, tomando um café no bar da RBSTV, em Porto Alegre, eu e meus amigos jornalistas e colegas de trabalho na época, André Azeredo, Simone Lazzari  e Tatata Pimentel, conversávamos sobre a eficácia das campanhas antidrogas.

Tatata, o professor Beto, como gostava de ser chamado, já falecido, que também era um intelectual apaixonado pela Filosofia, como um dia me falou na PUCRS, disse que as campanhas nunca teriam o resultado esperado.





Por uma razão simples.

A maior parte das campanhas educativas são fundamentadas no medo e a droga dá prazer.

O que ele propôs foi que o prazer, um bem, é maior do que o receio do mal ou o mal de fato.

Será que as pessoas são levadas por este princípio?
Em que medida o prazer é um bem tão concreto que supera tudo?
A cultura atual estimula este tipo de busca?

Lá no passado, na história do helenismo, um filósofo ofereceu o prazer humano como o bem excelente a ser conquistado. Porém, o que foi legado a nós, sofreu distorções.

Estamos falando de Epicuro.

O epicurismo surgiu no período helenista, quando o mundo antigo fora constituído o império de Alexandre da Macedônia. A polis grega estava dissolvida na nova constituição política e os grandes sistemas platônico e aristotélico que defendiam o homem-cidadão já não tinham força. O homem era visto como um indivíduo. Já não encontrava correspondência em ser-para-o-Estado, mas sim em ser-para-si-mesmo. Metafísicas que sustentavam a virtude pública eram postas de lado e a administração do Estado deixava de ser uma responsabilidade existencial, diga-se assim, para o bem de um e de todos.

Esta ideia é familiar?
 
Semelhanças com a globalização contemporânea e a helenista não são meras coincidências.



Epicuro entende que a filosofia precisa propor uma saída real e concreta para a pergunta: o que é ser feliz e como se consegue isto?

Materialista, Epicuro acredita que as sensações do corpo são verdadeiramente reais e não um engano dos sentidos, pois o homem é um ser material e seu bem maior deve ser também material. Este bem é o prazer.

Neste sentido, não há mundos transcendentes ou instâncias intelectuais a serem alcançadas para o gozo de quem vive. Viver é uma presença física em toda a sua intensidade. Se parássemos por aqui, teríamos uma série de decorrências apontando a busca pelo prazer como o efeito desejado para a felicidade. Logo, esbarraríamos em questões morais que indagariam se qualquer prazer é válido.

Não para Epicuro.

Para ele, prazer e dor são estados transitórios e, como se busca a felicidade, ela deve ter a maior duração que se consiga. O filósofo de Samos propõe, então, que estar imperturbável é o prazer que se procura. Isto significa que cada pessoa deve observar a si própria para compreender o que a faz feliz deste modo, sem causar perturbações ou estados de dor.

Não vale o prazer de agora que gera o vazio depois.

“Para Epicuro, a tarefa da filosofia consistia em ajudar a interpretar nossas pulsões indefinidas e, dessa forma, evitar planos equivocados para a obtenção da felicidade.” (BOTTON, p. 70)

A felicidade é a ausência de dor, aponia, e de turbações, ataraxia.

E a elas se chega por ininterrupto filosofar, por aplicar a razão no autoconhecimento e assim evitar apegos desnecessários e fruições supérfluas e desastrosas.

“Sendo assim, a regra moral não é o prazer como tal, mas a razão que julga e discrimina, ou seja, a sabedoria que, entre os prazeres, escolhe aqueles que não comportam em si dor e perturbação, descartando aqueles que dão gozo momentâneo, mas trazem consigo dores e perturbações.” (REALE; ANTISERI, p. 247)

Propriedades, honrarias e responsabilidades públicas, para Epicuro, devem ser evitadas, pois afastam o homem de si mesmo e de sua realização como indivíduo sábio e feliz. É preciso se concentrar em atender às necessidades básicas de conservação. Isto evita dores e torna o homem rico, pois o preserva das ambições e vaidades. Resta como laço legítimo de relação entre os homens, a amizade, efeito de um apreço verdadeiro e desinteressado.

Vamos voltar à droga?

Enquanto certas campanhas alertam para os perigos, o entorpecente é oferecido como promessa de prazer. É comum os epecialistas se referirem ao consumo que pode chegar à compulsividade como fruição ilimitada com intenção de perpetuar um bem que escoa.
 
E não é alegria e prazer o que se procura na vida? Mas não é qualquer prazer...
 
A droga não é consumida atendendo a necessidades prazerosas?
Não vivemos uma pós-modernidade materialista, calcada no imediato, hedonista, que cultua o sucesso, o bem-estar incondicional, a vitória pessoal, a beleza, a riqueza, o dinamismo e que pouco reflete sobre a necessidade disto tudo e os modos justos de conquistá-lo?
A droga não é uma falsa entrada neste mundo de poder?
Não é também uma fuga à perturbação, busca por ataraxia e aponia?
A droga não compensa afetos inexistentes num cenário de egoísmo e solidão?

Entra assim, o entorpecente, na lista das coisas dispensáveis, nocivas e viciantes que atormentam a existência humana. Resultado de carências e ignorâncias que diferentes saberes se aplicam em combater. Todavia, a barreira está na reflexão pessoal de cada um, nem sempre feita com profundidade, sobre as consequências dos atos voluntários.

É um problema de consciência, logo, do indivíduo e sua complexidade emocional e sua racionalidade. A ele é que o epicurismo se dirige.

A droga sem prescrição médica, para a satisfação vã e um risco potencial seria condenada por Epicuro como foram vários abusos. Contudo, o filósofo é erradamente tomado por licencioso.

“Faze a seguinte interrogação a respeito de cada desejo: que me acontecerá se se realizar o que quer o meu desejo?” (MONDOLFO,  p. 86)

Em seu Jardim, ele cultivava a vida simples, lúcida, entre amigos.
Em horas de conversas agradáveis, como aquela que originou este post.

 
BOTTON, Alain de. As consolações da filosofia. Porto Alegre: LP&M, 2012.
MONDOLFO, Rodolfo. O pensamento antigo. São Paulo: Mestre Jou, 1973.
REALE, Giovanni; ANTISERI, Dario. História da Filosofia: antiguidade e idade média. São Paulo: Paulus, 1990.
imagens: revistapress, infoescola, familia.com.br, reporteralagoas

quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Deus com isso

As aulas retornaram na cidade de Newtown, em  Connecticut, leste dos Estados Unidos.

Menos na escola elementar Sandy Hook, onde na sexta-feira passada, (14), um jovem de 20 anos abriu fogo e matou 20 crianças e 6 funcionários da instituição.

O massacre chocou o mundo.

Foi a repetição de um comportamento violento e destrutivo que já fez dezenas de vítimas nos Estados Unidos. O episódio deu força à discussão sobre o porte de armas de fogo no país, pendendo positivamente para o lado do grupo que defende a restrição.

O fato poderia ser evitado?

No que depende da ação do atirador, sendo ele, como cada um, livre para deliberar e decidir, pode-se afirmar que sim.



O matador poderia não ter realizado aquilo que realizou se o livre-arbítrio for admitido. E esta já seria uma longa questão a ser avaliada e certamente está aberta aqui no Filosofósforos.





Mas pensemos em Deus.

Admitindo sua existência e seus atributos, Deus onisciente sabia que isto iria acontecer?
determinismo em tudo o que ocorre?

Deus, sabendo, pois necessariamente precisa saber, poderia ter evitado?
Se poderia, e isto confirma sua onipotência, por que não o fez?

E quanto às tragédias naturais como o tsunami da Indonésia, o terremoto do Haiti e o tsunami do Japão, apenas para marcar algumas das catástrofes deste século?

Onde fica Deus diante da presença do Mal no mundo?

O problema do Mal é uma das grandes questões da Filosofia.



Diz Epicuro (341-270 a.C.): "Deus ou quer impedir os males e não pode, ou pode e não quer, ou não quer nem pode, ou quer e pode. Se quer e não pode é impotente: o que é impossível em Deus. Se pode e não quer, é invejoso, o que, do mesmo modo, é contrário a Deus. Se nem quer nem pode, é invejoso e impotente, portanto, nem mesmo é Deus. Se pode e quer, o único que convém a Deus, de onde provém então a existência dos males? Por que não os impede?" (fragmento 374 Usener)




Qual a conclusão de Epicuro? 
O que outros filósofos dizem sobre o problema do Mal? 
Deus existe? 


fonte: Terra
fotos: redebomdia, sapo.pt,cultcarioca