Sua revista escolar de filosofia.
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segunda-feira, 11 de agosto de 2014

Como pode ser tão bom?

Você tem medo do mal?
Do mal que pode sofrer?
Do que pode praticar?

Afinal, o que é o mal e porque ele está no mundo, é velha questão filosófica em eterno retorno à reflexão, philosopher, my friend.

Veja nossos dias como estão.

Na região norte do Iraque, famílias yazidis abandonam suas terras. Elas receberam um ultimato das forças jihadistas do Estado Islâmico, que por sua vez instituiu o antigo regime despótico do califado em algumas áreas controladas, para que se convertam ao Islã ou sejam executadas.

Cerca de 500 pessoas foram mortas nos últimos dias por razões religiosas no país pelos radicais muçulmanos. 



Centenas já foram mortos em várias cidades desde o início do levante e na semana passada os Estados Unidos lançaram um bombardeio aéreo sobre os combatentes da jihad.

Segue o conflito na Síria, na Palestina, em nações africanas e entre nós, por outras razões absurdas que levam à violência, como o futebol.

Outro fator que assusta o planeta agora é a possibilidade real de uma pandemia do Ebola.

As autoridades brasileiras em saúde já informaram estar preparadas para combater o vírus, caso ele chegue. Na semana passada a Organização Mundial da Saúde decretrou emergência de saúde pública internacional.

Até aí, nada de novo, apesar de trágico.

Atritos homem-homem e homem-natureza são riscos em todas as épocas.


E eles remetem a reflexão ao mal moral e ao mal metafísico.

Entende-se o mal sob algumas concepções fundamentais. O mal como oposição ao ser; o mal como estrutura antagônica do ser e o mal como juízo de valor.

O mal como o não ser afirma que não há substância no mal, logo, ele não existe de modo concreto e é a percepção da ausência de realidade. Para o idealista, como para o neoplatônico ou o cristão, o mal é próprio do mundo físico constituído de matéria, a oposição ao ser real ideal. O mal é a privação do bem, o não estar do ser. O mal moral ocorre quando o homem se deixa levar pela finitude de sua condição e age por interesses a ela ligados, como os vícios em vez das virtudes

No livro Cândido, Voltaire combate a tese de Leibniz de que este é o melhor dos mundo possíveis porque entre todas as possibilidades, este é o que existe e há mais perfeição naquilo que existe do que naquilo que não existe.


No entanto, este é um mundo repleto de dores.

Como pode ser tão bom?

O mal real estrutural diz que ele é substancial e contrário ao ser. São coexistentes e fundamentados por princípios antagônicos. Para os maniqueístas, por exemplo, bem e mal são forças em combate no universo e ambas existem com a mesma realidade. No romantismo, algo semelhante a esta ideia vai dizer que Deus contém tanto o ser quanto uma natureza irracional e obscura em luta para se tornar consciente. O homem é uma partícula reflexiva desta estrutura.

O mal como juízo de valor desconsidera a substância do mal e o entende como resultado do julgamento moral. O bem é o que se quer e o mal o que se repele. Assim, o mal moral fica definido segundo os costumes ou pela deontologia como lei ética universal e o mal metafísico como interpretação dos fenômenos reais.


Um vírus que mata pessoas é mais mau do que vírus que mata só animais.

Você era indiferente ao ebola enquanto ele parecia mais distante?
Agora ele parece um mal maior por estar mais próximo?
Deve-se temer o mal no mundo ou ele é uma ilusão, tem menor valor do que o imaterial, real e original?
Para você o mal pode ser vencido? Como? 

Ou o mundo é como é e dele não devemos ingenuamente esperar mais do que aquilo que temos, nem ser mais do que aquilo que somos?  

 imagens: La Nueva España, NBC, informecritica

links: euronews, Estadão

 

quinta-feira, 6 de março de 2014

Kant, a violência e o mal moral

Você se sente inseguro em sociedade?

Se a resposta for positiva, é sinal de que o contrato civil, que institui direitos ao homem, tem falhas na sua aplicação. O estado civil substitui o estado natural para garantir a vida, a liberdade e a propriedade aos indivíduos, numa definição liberal.

A instituição do contrato civil foi necessária para colocar limites às ações humanas. Cada um cede uma porção de sua liberdade para receber a proteção da lei e da sociedade.

Mas, por que a necessidade desta proteção?

Filósofos como Hobbes, acreditam que a natureza humana é . Ou seja, em estado natural, o homem cometerá o mal contra seu semelhante para defender seus próprios interesses, atender às inclinações próprias, aos desejos elementares.

Hoje, mesmo com as proibições da lei, as advertências da ética e da moral e as recomendações da religião, o homem segue praticando o mal.

Nesta quarta-feira, (05/03/14) um homem matou a própria mulher em Canoas, na Grande Porto Alegre. Ele decapitou a vítima com uma serra. O crime teria sido por ciúmes, segundo a polícia.

Um crime passional, envolve paixão, sofrimento, honra, orgulho, vaidade, fidelidade traída.

A motivação tem relação com interesses particulares que, de modo patológico, levaram ao homicídio.
Mas, quanto de interesses particulares há nas ações diárias que têm a aparência de serem boas, porém, atendem, no fundo, aos desejos privados, não podendo serem postas como modelo do comportamento, apesar de serem comuns?

São os móbiles da ação que Kant chamou de imperativos hipotéticos, diferentes do imperativo categórico, moral e universal.

E por que, mesmo conhecendo o que seja o bem, impessoal, desinteressado, para todos, dever de cada um para a harmonia e a realização moral geral, não se pratica este bem?

Heiner Klemme, da Universidade de Mainz, na Alemanha, propõe uma análise de Kant em um artigo onde estuda a hipótese do mal radical humano estar ligado à sua natureza. Na obra A religião nos limites da simples razão, Kant propõe sua análise da questão.

O mal moral natural seria a expressão dessa propensão do homem de priorizar seus interesses particulares antes do dever ético legítimo, resultado da operação do livre-arbítrio pelo reconhecimento racional da Lei Moral da qual o homem participa sempre como ser inteligível, como proposto por Kant, no cumprimento desse dever ético com implicações transformadoras do caráter e dos valores constituidores de uma comunidade universal e moralmente elevada.

Compreender o bem, a liberdade e a moral verdadeiras, conforme o pensamento kantiano, afastaria o homem do mal que ele elege ou a ele sucumbe por imperfeição no uso do entendimento e da liberdade e que se expressa no mundo do fenômeno pela prática humana.

Interessado?
Clique aqui e faça sua reflexão.

imagem: antropologia.ube
fonte: band

quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Deus com isso

As aulas retornaram na cidade de Newtown, em  Connecticut, leste dos Estados Unidos.

Menos na escola elementar Sandy Hook, onde na sexta-feira passada, (14), um jovem de 20 anos abriu fogo e matou 20 crianças e 6 funcionários da instituição.

O massacre chocou o mundo.

Foi a repetição de um comportamento violento e destrutivo que já fez dezenas de vítimas nos Estados Unidos. O episódio deu força à discussão sobre o porte de armas de fogo no país, pendendo positivamente para o lado do grupo que defende a restrição.

O fato poderia ser evitado?

No que depende da ação do atirador, sendo ele, como cada um, livre para deliberar e decidir, pode-se afirmar que sim.



O matador poderia não ter realizado aquilo que realizou se o livre-arbítrio for admitido. E esta já seria uma longa questão a ser avaliada e certamente está aberta aqui no Filosofósforos.





Mas pensemos em Deus.

Admitindo sua existência e seus atributos, Deus onisciente sabia que isto iria acontecer?
determinismo em tudo o que ocorre?

Deus, sabendo, pois necessariamente precisa saber, poderia ter evitado?
Se poderia, e isto confirma sua onipotência, por que não o fez?

E quanto às tragédias naturais como o tsunami da Indonésia, o terremoto do Haiti e o tsunami do Japão, apenas para marcar algumas das catástrofes deste século?

Onde fica Deus diante da presença do Mal no mundo?

O problema do Mal é uma das grandes questões da Filosofia.



Diz Epicuro (341-270 a.C.): "Deus ou quer impedir os males e não pode, ou pode e não quer, ou não quer nem pode, ou quer e pode. Se quer e não pode é impotente: o que é impossível em Deus. Se pode e não quer, é invejoso, o que, do mesmo modo, é contrário a Deus. Se nem quer nem pode, é invejoso e impotente, portanto, nem mesmo é Deus. Se pode e quer, o único que convém a Deus, de onde provém então a existência dos males? Por que não os impede?" (fragmento 374 Usener)




Qual a conclusão de Epicuro? 
O que outros filósofos dizem sobre o problema do Mal? 
Deus existe? 


fonte: Terra
fotos: redebomdia, sapo.pt,cultcarioca