Do mal que pode sofrer?
Do que pode praticar?
Afinal, o que é o mal e porque ele está no mundo, é velha questão filosófica em eterno retorno à reflexão, philosopher, my friend.
Veja nossos dias como estão.

Cerca de 500 pessoas foram mortas nos últimos dias por razões religiosas no país pelos radicais muçulmanos.
Centenas já foram mortos em várias cidades desde o início do levante e na semana passada os Estados Unidos lançaram um bombardeio aéreo sobre os combatentes da jihad.
Segue o conflito na Síria, na Palestina, em nações africanas e entre nós, por outras razões absurdas que levam à violência, como o futebol.

As autoridades brasileiras em saúde já informaram estar preparadas para combater o vírus, caso ele chegue. Na semana passada a Organização Mundial da Saúde decretrou emergência de saúde pública internacional.
Até aí, nada de novo, apesar de trágico.
Atritos homem-homem e homem-natureza são riscos em todas as épocas.
E eles remetem a reflexão ao mal moral e ao mal metafísico.
Entende-se o mal sob algumas concepções fundamentais. O mal como oposição ao ser; o mal como estrutura antagônica do ser e o mal como juízo de valor.
O mal como o não ser afirma que não há substância no mal, logo, ele não existe de modo concreto e é a percepção da ausência de realidade. Para o idealista, como para o neoplatônico ou o cristão, o mal é próprio do mundo físico constituído de matéria, a oposição ao ser real ideal. O mal é a privação do bem, o não estar do ser. O mal moral ocorre quando o homem se deixa levar pela finitude de sua condição e age por interesses a ela ligados, como os vícios em vez das virtudes.
No livro Cândido, Voltaire combate a tese de Leibniz de que este é o melhor dos mundo possíveis porque entre todas as possibilidades, este é o que existe e há mais perfeição naquilo que existe do que naquilo que não existe.

No entanto, este é um mundo repleto de dores.
Como pode ser tão bom?
O mal real estrutural diz que ele é substancial e contrário ao ser. São coexistentes e fundamentados por princípios antagônicos. Para os maniqueístas, por exemplo, bem e mal são forças em combate no universo e ambas existem com a mesma realidade. No romantismo, algo semelhante a esta ideia vai dizer que Deus contém tanto o ser quanto uma natureza irracional e obscura em luta para se tornar consciente. O homem é uma partícula reflexiva desta estrutura.
O mal como juízo de valor desconsidera a substância do mal e o entende como resultado do julgamento moral. O bem é o que se quer e o mal o que se repele. Assim, o mal moral fica definido segundo os costumes ou pela deontologia como lei ética universal e o mal metafísico como interpretação dos fenômenos reais.
Um vírus que mata pessoas é mais mau do que vírus que mata só animais.
Você era indiferente ao ebola enquanto ele parecia mais distante?
Agora ele parece um mal maior por estar mais próximo?
Deve-se temer o mal no mundo ou ele é uma ilusão, tem menor valor do que o imaterial, real e original?
Para você o mal pode ser vencido? Como?
Ou o mundo é como é e dele não devemos ingenuamente esperar mais do que aquilo que temos, nem ser mais do que aquilo que somos?
imagens: La Nueva España, NBC, informecritica
links: euronews, Estadão
Nenhum comentário:
Postar um comentário