Eles são decorrentes da relação tensa entre as políticas públicas para o setor no que se refere ao financiamento, investimentos e passa pela formação e pelo estímulo dos professores, desembocando na realidade do aluno, sujeito de direitos nem sempre tratados dignamente na sociedade e que ingressam em classe para serem um elemento a mais a ser trabalhado.
É um retrato simplório da complexidade que é ensinar num contexto que enfrenta dificuldades em fazer da educação regular um valor efetivo para a construção do país.
Contudo, pontuar este cenário é tentar situar a seguinte questão:
os brasileiros colocam a escola básica em penúltimo lugar em importância na formação da cidadania.
O dado faz parte de uma pesquisa respondida por pessoas das cinco regiões do país.

A LDB 9.394/96 afirma isto e da lei emanam os parâmetros curriculares para as disciplinas.
TÍTULO II
Dos Princípios e Fins da Educação Nacional
Art. 2º.
A educação, dever da família e do Estado, inspirada nos princípios de
liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o plenodesenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação
para o trabalho.
No Projeto Político Pedagógico das escolas está consolidado este fim que, ao lado da preparação para o trabalho, dá as dimensões profissionais, políticas e sociais do ensino brasileiro.
A Filosofia, disciplina obrigatória do Ensino Médio e em alguns casos já estudada nas séries finais do Ensino Fundamental, tem função central no formação cívica dos estudantes. Com ela se aprende o refinamento crítico-argumentativo-conceitual necessário à cidadania ativa. As Orientações Curriculares para o Ensino Médio em Filosofia explicitam os objetivos da disciplina.
MEC
Espera-se da Filosofia, como foi apontado anteriormente, o desenvolvimento geral de competências comunicativas, o que implica um tipo de leitura, envolvendo capacidade de análise, de interpretação, de reconstrução racional e de crítica. Com isso, a possibilidade de tomar posição por sim ou por não, de concordar ou não com os propósitos do texto é um é um pressuposto necessário e decisivo para o exercício da autonomia e, por conseguinte, da cidadania.
O professor de Filosofia é preparado para desenvolver as competências exigidas dos alunos à cidadania, conforme afirmam as Diretrizes Curriculares Nacionais para os cursos de Filosofia determinadas pelo Conselho Nacional de Educação. Entre o que se espera do professor da área está a
Capacidade de relacionar o exercício da crítica filosófica com a promoção integral da cidadania e com o respeito à pessoa, dentro da tradição de defesa dos direitos humanos.
Saber que uma mostragem revela estatisticamente que a escola não é sentida pelo público como essencial na formação cívica causa inquietação.

Ou deveria causar séria inquietação em quem pensa a escola e em quem a faz.
Seguindo a análise, os entrevistados, se consideram suficientemente politizados e cidadãos democraticamente ativos e conscientes do que seja a cidadania. Porém, os pesquisadores analisam o comportamento cívico médio da população e discordam.
E você, o que acha?
A cultura é um conjunto de significados reproduzidos com resistência dentro do sistema. A cultura política não escapa à dinâmica. E aquilo que é reproduzido pela família e pela mídia pode estar muito mais impregnado do senso comum, com equívocos tomados por acertos. Na universidade, o aluno já deveria ingressar mais consciente dos reais predicados de um cidadão, de direitos e deveres para o exercício político eficaz ao qual é chamado diariamente pela nação.
Ou não?
Cabe à escola a problematização desta realidade e a capacitação dos sujeitos à construção de novos e melhores valores.
Se o espaço escolar não é percebido e não intervém assim, de que educação se está falando?
link: O Globo
imagens: meionorte, correiodesantamaria
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