Sua revista escolar de filosofia.

quarta-feira, 26 de novembro de 2014

Sempre, às vezes, nunca

Podemos ter uma breve reflexão sobre teologia e filosofia em uma frase?

"Deus perdoa sempre, os homens às vezes e a Terra nunca."


A declaração foi dada pelo Papa Francisco na Segunda Conferência Internacional sobre Nutrição, em Roma, há uma semana, ao falar sobre sustentabilidade. Disse o pontífice que a frase não é dele, mas de um "sábio ancião".

Que sabedoria estaria guardada na sentença?

Podemos dividir o assunto em três tópicos:

1 - Deus perdoa sempre. Na hipótese de existir Deus e de ele ser conforme a definição cristã, o perdão divino é ilimitado porque expressa o amor ágape, incondicional e motor da ação divina criadora e mantenedora da realidade. É transcendente e livre.

2 - Homens perdoam às vezes. O homem, síntese de espírito e matéria, é essencialmente imperfeito. Seu distanciamento do divino está na sua natureza ontológica. Como ser biológico, está sob leis necessárias. Como ser espiritual, é livre. O mal moral expressa vício, ignorância e egoísmo e o mal físico se deve à ligação com a materialidade, corruptível, transitória e limitadora, numa noção agostiniana. Mas o homem é capaz de agir com grandeza moral ao superar os condicionamentos naturais humanos, tornando-se livre na ação do dever prático, em linguagem kantiana.


3 - A Terra nunca perdoa. Ente inconsciente e determinado, o planeta segue princípios mecânicos. Não possui vontade e não pode refletir. Sob a ótica newtoniana, a natureza reage ao que a ela é feito. Entes inconscientes não são livres para tomar decisões e existem sob leis necessárias.




Você acredita que possa ser assim?


link e imagem: TN, odiarioverde