Sua revista escolar de filosofia.

quinta-feira, 29 de outubro de 2020

É brincadeira!

Salve, estudante! 

Você gosta de aprender brincando?

E de brincar aprendendo?

A partir de agora nós vamos pensar uma pouco mais a respeito do ato de brincar como uma ação pedagógica de altíssimo valor para nós, educadores ou futuros educadores e também seres humanos que procuram extrair o prazer da vida para viver bem, óbvio. 

Talvez vocês já tenham notado que esse assunto vai ao encontro do vídeo atribuído à turma onde Edgar Morin fala sobre a vida em prosa e a vida em poesia. 

Quer dizer, aquilo que fazemos como compromisso e que os dá desgosto e aquilo que fazemos por alegria e sentido de realização. 

A educação como processo formal pode e deve incorporar a alegria e promover assim a sensação de diversão e satisfação em aprender. Caso contrário, ela se torna uma atividade cansativa e que nos afasta em vez de atrair. 

Aqui nós podemos ver um ponto crítico: 

quando a alegria está fora da escola, manter-se na sala de aula se torna uma tarefa difícil e assimilar o que é ensinado esbarra em bloqueios. 

Em vez de ser poética, se torna uma enfadonha prosa...

Vamos, então, a algumas considerações sobre a importância pedagógica do ato de brincar. 

BRINCO, LOGO EXISTO

Parafraseando o filósofo René Descartes (1596-1650) que disse "Penso, logo existo" como a síntese da certeza ontológica humana, quer dizer, enquanto eu penso eu tenho a única certeza indubitável de que estou realmente existindo, podemos afirmar que o ser humano é muito mais do que sua inteligência lógica. 

Descartes - filósofo e matemático
Não estamos desmentindo Descartes, até porque ele mesmo considera que pensar envolve as operações da mente, do espírito e nisso está também nossa emocionalidade, a nossa fantasia. 

O que queremos dizer é que o ser humano de todas as idades também brinca, também se diverte e que o aprendizado humano não abre mão das sensações positivas do divertimento, do brincar como um fazer estético. 

Então, o homem (humanidade) brinca ao longo de toda a existência, na infância, na idade adulta e na velhice, o que é comprovado com uma simples experiência de convívio ou de autoconsciência. 

Bom, mas por que é assim?

PENSAR E SE DIVERTIR

De acordo com Johan Huizinga, a dimensão ludens, quer dizer lúdica, do ser humano está presente desde a formação das primeiras sociedades. Ela se manifesta na cultura dos jogos, das festas, das celebrações e está conectada à interatividade, ao intercâmbio de experiências e àquilo que se chama vínculo entre as pessoas. 

Huizinga - historiador holandês

Essa dimensão lúdica, que expressa o lado imaginativo, criativo e alegre, coexiste com a dimensão sapiens, que expressa o conhecimento racional humano. 

Assim, pensar e se divertir fazem parte da vida humana em sua integralidade. 

Portanto, os processos educativos informais, não formais e formais fazem bem ao considerar em suas manifestações o perfil total do ser humano naquilo que se refere ao seu ser e como ele aprende. 

Na escola, a sistematização do ensino-aprendizagem que valoriza a dimensão lúdica em sua organização tende a criar a atmosfera positiva apropriada ao bem-estar não somente do aluno menor, mas também dos adultos, sejam aprendizes ou profissionais. 

BRINCAR É COISA SÉRIA 

De acordo com os professores Carlos Medrano e Fernanda Germani, a atenção da ciência passou a ser maior sobre o ato pedagógico de brincar a partir de século XIX. Significa que mesmo sendo um traço humano, brincar nem sempre foi visto com parte do processo de aprendizagem e construção da psicologia humana. 

Um dos motivos está na tradição anterior que dava maior destaque ao lado racional humano e àquilo considerado conhecimento legítimo. 

Incorporar investigações sobre a seriedade e necessidade da brincadeira na formação humana tem sido uma atitude que desafia as barreiras epistemológicas que resistem ao novo e também uma ruptura que leva a outros olhares sobre a atividade docente como parte da educação em suas diferentes formas. 

Medrano e Germani - Conceitos sobre o brincar. 2011. 

Então, você acha que brincando fica mais fácil ensinar e aprender?

Volte agora ao AVA Sala de Aula que já um exercício para você se divertir lá!  

Nenhum comentário:

Postar um comentário