Por isto, voltamos a falar da felicidade.
Contudo, encontrar o significado para ela talvez seja uma das mais escorregadias tarefas.
"Todos aspiramos à felicidade, mas quanto a conhecer seu caminho, tateamos como nas trevas.” É o que nos sugere Sêneca.
E neste tatear, podemos imaginar que a felicidade é possuir tudo o que se quer. No entanto, não se pode ter tudo. E se fosse possível ter, somente com a condição de não querer mais nada. Do contrário, continuar a desejar algo é querer possuir o que ainda não se tem e que trará a felicidade. É confessar-se infeliz.
O tédio da conquista resultante da perda do interesse por já possuir o que se queria leva ao novo desejo e à perseguição à felicidade.
Como viver?
A filosofia aposta na sabedoria, no saber viver e isto implica conhecimento e posse da verdade.
Tem a ver com fazer o que se gosta com aprovação ética e gostar do que se está fazendo, desejando e possuindo numa relação de apreço ou amizade (filia) pela vida.
Amar o que se tem ou o que se é a cada instante, sem nada esperar além do que há e que pode não vir a ser, pois o que há é o presente que satisfaz, o real que completa, a verdade que confirma a verdade daquilo que se vive.
Uma reportagem do jornal El País (clique no link para ler) se propõe a analisar a felicidade sob a seguinte questão: mais dinheiro ou mais tempo faz feliz?
E o que mais?
Uma leitura fácil e agradável para entender o percurso filosófico sobre a felicidade é o livro de André Comte-Sponville, A felicidade, desesperadamente.
Quer ser feliz?
Desesperadamente?
imagens: Filosofósforos, Google