Teorias sobre a origem, a genealogia da moral, remontam aos primórdios da cultura. A mitologia como religião já propunha encontrar os traços da moralidade nas fontes divinas instituidoras do ordenamento cósmico e do bem como lei natural. Depois, filosofias desenvolveram suas concepções transitando entre a naturalidade e a historicidade dos valores morais.
Todo esse conhecimento orienta as discussões éticas hoje e novas abordagens ao problema surgiram e surgem com a ciência incorporando elementos que enriquecem o conhecimento do homem sobre si mesmo e sobre o meio.
Vamos aprofundar esse debate?
O texto abaixo sugere que a moralidade e a ética tenham sua assimilação associada à fisiologia humana.
Noções de bem e mal, de certo e errado e suas práticas dependem do amadurecimento neurológico.
Confira!
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Senso moral, segundo Yves de La Taille, é a capacidade de conceber os
deveres morais e ao mesmo tempo sentir que eles são obrigatórios. É uma atitude
na qual os sentimentos e a vontade se unem à razão. Trata-se, portanto, de
querer fazer o que deve ser feito.
O senso moral, via de regra, não é o mesmo na criança, no adolescente,
no adulto ou na pessoa mais amadurecida. Lawrence Kohlberg (1927-1987) foi um
cientista que se dedicou a pesquisar
essas diferenças, e seus estudos sobre os estágios do desenvolvimento do
senso moral nos ajudam a compreendê-las.
O senso moral na pessoa adulta se estrutura em torno do respeito às
leis que regulam as instituições sociais. O adulto entende que essas regras são
convencionadas por um grupo, ou pelo conjunto da sociedade, com o objetivo de
garantir a ordem social e os direitos e os deveres de todos os cidadãos. O
correto, para um adulto, é cumprir as regras com as quais passou a concordar no
momento em que assumiu seus papeis como estudante ou profissional, membro dos
diversos grupos de que participa, e cidadão. A motivação de agir certo, para um
adulto, provém do fato e ele fazer parte das instituições e de ele querer
manter o bom funcionamento delas. Isso lhe traz autoestima e autorrespeito, bem
como o respeito dos outros.
Já numa criança, o senso moral não segue as convenções sociais, que ela
ainda nem distingue com nitidez, mas imita o comportamento dos adultos e busca
as vantagens imediatas que ela pode desfrutar em cada situação. Até uns sete
anos, mais ou menos, a criança segue as regras de casa e da escola e as obedece
para evitar castigos e para receber os louvores e os prêmios esperados. Típico
dessa idade é fazer as coisas "proibidas" quando a autoridade não
está presente, pois então não haverá consequências materiais diretas.
Esse exemplo mostra o que Piaget afirmava sobre a heteronomia dessa
idade. Para a criança as regras provêm de outras pessoas e é por respeito a
essas pessoas que são obedecidas. Ao passo que para o adulto vigora a
autonomia, quer dizer, as leis têm valor a partir da sua própria decisão
consciente.
A criança pequena ainda não compreende a função geral das regras, e por
isso nem pensa em fazer algo fora das regras ou, se um adulto não estiver
perto, fora dos seus desejos e necessidades imediatas. Ela obedece porque teme
o poder dos adultos e sabe que deve seguir o que eles ensinaram. A partir dos
seis ou sete anos a criança amplia suas relações sociais e seu espaço de
iniciativas. Além de continuar a seguir as normas, passa a considerar correto
satisfazer o seus interesses, desde que não agrida os interesses dos outros.
Cresce na criança um senso de trocas equitativas e também de reciprocidade: é
bom ajudar aqueles que me ajudam, ou podem me ajudar. Esse é o estágio típico
do "olho por olho, dente por dente". A criança vai atrás de vantagens
práticas e materiais, mas também toma consciência da necessidade de equilibrar
as vantagens com seus colegas.
Entre o universo moral da criança e do adulto situa-se o da
adolescência, com suas típicas oscilações. O advento do raciocínio abstrato
permite que o jovem comece a entender as razões gerais das regras e passe a
considerar as expectativas da família, do grupo ou da sociedade como algo
valioso por si mesmo, ainda que demande algum sacrifício pessoal. Os valores de
autoetima e lealdade se tornam mais importantes. O jovem busca então manter e
justificar sua posição nos grupos que frequenta, sentindo vontade de se
identificar e solidarizar com as pessoas do grupo.
O adolescente continua a avaliar que o bom comportamento é aquele que
recebe a aprovação dos outros, mas já amplia a duração, as formas e o
significado dessa aprovação. Ele ainda forma imagens estereotipadas do que seja
o comportamento da maioria, o comportamento "natural". É frequente
ele responder, ao ser chamado à atenção: "mas os outros estão fazendo a
mesma coisa". Isso ainda é heteronomia, é ir pelos outros. Mas o
adolescente também começa a ser capaz de reconhecer a intenção dos agentes,
sabendo aliar certas ações pelos princípios éticos e não apenas pelos
resultados práticos. A "regra de ouro" - não devo fazer o que não
quero que façam a mim - começa a fazer sentido, pois o adolescente é capaz de
empatia e de juízo autônomo.
À medida que avança para a formação de um senso moral adulto, o
adolescente compreende que é responsável por cumprir suas obrigações em cada
grupo do qual faz parte, compreende que os demais integrantes desses grupos
contam com sua ação, e sente sua autoestima crescer, pois se identifica como um
membro livre e confiável que contribui para a boa convivência entre as pessoas.
ADAS, Sérgio. Propostas de trabalho e ensino de filosofia. p. 72.
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Muito bem!
Agora volte ao AVA Sala de Aula que tem uma tarefa para você.
Até mais!!
Imagem: Roberto Araújo Correia: o ser ético
Editado em 10/09/2021
Eu acho que as crianças deveriam aprende as leis do transito desde pequenas. Os colégios devem dar um compromisso mais serio para elas, principalmente as que andam de bicicleta, esqueite, qualquer tipo de triciclo. Asim vão respeitar as causadas praças etc....
ResponderExcluirEu acho que essas crianças deveriam aprender a leis do transito desde de pequenas porque devem respeita as leis em tudo que eles andam.
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