Sua revista escolar de filosofia.

segunda-feira, 24 de março de 2025

De olho no Enem! Q28

Salve, gente! 

Na imagem você vê Anaxímenes De Olho no Enem!
Na imagem você que Anaxímenes
está de olho no Enem! 
O Projeto Pedagógico 'De Olho no Enem!' vai te ajudar na construção das aprendizagens necessárias para enfrentar as questões de concurso, principalmente o Enem e os vestibulares. 

Desenvolvido em sala de aula com os 3º anos do EM, ele conta com o suporte digital aqui do blog. 

Neste início de ano letivo, as turmas estão trabalhando uma questão que exige letramento filosófico, conhecimentos da história da filosofia e competências conceituais. 

A regra é simples: enfrente a questão com seus próprios recursos. Eles vão se fortalecer com o exercício porque é assim que acontece. 

Logo, não procure a resposta só para acertar a questão. Esse não é o objetivo. 

O objetivo é saber por que a resposta é uma e não outra. Isso significa conhecer o assunto. Desse modo, mesmo que o tema volte de outra maneira, você será capaz de encara o desafio já que entende o conteúdo que está sendo cobrado. 

Ou seja, você aprendeu! 

Não é esse o desejo natural humano, como afirma Aristóteles?  

Acompanhe a questão por aqui e participe das aulas para construir as suas habilidades em filosofia. 

Vamos nessa?! 

Q28 - Enem 

Texto I

 

Anaxímenes de Mileto disse que o ar é o elemento originário de tudo o que existe, existiu e existirá, e que outras coisas provêm de sua descendência. Quando o ar se dilata, transforma-se em fogo, ao passo que os ventos são ar condensado. As nuvens formam-se a partir do ar por feltragem e, ainda mais condensadas, transformam-se em água. A água, quando mais condensada, transforma-se em terra, e quando condensada ao máximo possível, transforma-se em pedras. BURNET, J. A aurora da filosofia grega. Rio de Janeiro: PUC-Rio, 2006 (adaptado). 


Texto II 


Basílio Magno, filósofo medieval, escreveu: “Deus, como criador de todas as coisas, está no princípio do mundo e dos tempos. Quão parcas de conteúdo se nos apresentam, em face desta concepção, as especulações contraditórias dos filósofos, para os quais o mundo se origina, ou de algum dos quatro elementos, como ensinam os Jônios, ou dos átomos, como julga Demócrito. Na verdade, dão a impressão de quererem ancorar o mundo numa teia de aranha.” GILSON, E.; BOEHNER, P. História da Filosofia Cristã. São Paulo: Vozes, 1991 (adaptado). 


Filósofos dos diversos tempos históricos desenvolveram teses para explicar a origem do universo, a partir de uma explicação racional. As teses de Anaxímenes, filósofo grego antigo, e de Basílio, filósofo medieval, têm em comum na sua fundamentação teorias que 


A - eram baseadas nas ciências da natureza. 

B - refutavam as teorias de filósofos da religião. 

C - tinham origem nos mitos das civilizações antigas. 

D - postulavam um princípio originário para o mundo. 

E - defendiam que Deus é o princípio de todas as coisas

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Após a resolução em aula com todas as turmas, um comentário com a resposta será postado aqui.


Té +!




quinta-feira, 13 de março de 2025

Retire aqui seu livro didático!

Salve, estudante! 

Para acompanhar nossas discussões em aula e também estar preparado para aprofundar conhecimentos exigidos nas avaliações, tenha seu livro didático na versão PDF. 

Clique no link abaixo e faça o download do material. 

Boa leitura e ótimos estudos! 

Clique aqui para baixar o livro FILOSOFANDO. 

quinta-feira, 30 de maio de 2024

Fake news é mentira?

Fake news não é mentira. Antes fosse. Uma notícia falsa é um simulacro. Significa que ela simula ter o que não têm, o fato, logo, o referencial real que garante a verdade do que ela simula informar. 


Uma simulação, portanto, precisa ter uma forma sem conteúdo. Como um corpo sem alma. Um humanóide sintético é um simulacro, você pode acreditar que é humano pela forma, mas o essencial não existe, é nada. Você pode falar com uma IA crendo ser um humano como pode orar para uma imagem sagrada sem haver santidade alguma nela. 


"Dissimular é fingir não ter o que se tem. Simular é fingir ter o que não se tem. O primeiro refere-se a uma presença, o segundo, a uma ausência." Jean Baudrillard, Simulacros e simulação, p.9. 


Uma fake news é mais perversa que uma mentira porque induz a tomar por verdade a verdade que não existe devido a sua forma jornalística ou publicitária. Cabe lembrar que um critério de verdade é a correspondência entre linguagem e fato, o que ocorre no real e o que se diz dessa ocorrência. 


Nesta semana o Congresso Nacional decidiu que a difusão de fake news não deve ser punida se usada como instrumento de campanha eleitoral. Isto quer dizer que é inimputável criminalmente qualquer simulação de notícia que leve o eleitor a acreditar existir o que não existe, ser real o irreal, verdadeiro o que é falso. 


O potencial destruidor de reputações é relativamente mínimo se for pensar no prejuízo para o estado democrático de direito. Pois, para haver direito deve haver justiça. 



Que justiça há quando se extingue o valor soberano da verdade nas relações sociais, políticas e jurídicas?


Que democracia resiste, sendo ela um sistema fundamentado na igualdade de direitos, quando o direito de indivíduos ou grupos pode ser pulverizado por acusações falsas simuladas no formato consagrado de notícia? 


Quem vai acreditar em quem? 


Uma fake news é como receber um policial fardado em casa quando ele de fato é um criminoso. Isto é a simulação. 


Genérica, a mentira não tem essa sofisticação. Um boato sem provas é uma mentira. A fake news não. Ela é a não verdade com aparência da verdade. 


Como distingui-la? 


Isto não é demolidor?


sexta-feira, 3 de dezembro de 2021

O vento da mudança

"Não só o vento dos acontecimentos me agita conforme sua inclinação, como, além disso, eu mesmo me agito e me atormento pela instabilidade de minha postura; e quem se observa de perto raramente se vê duas vezes do mesmo modo." Michel de Montaigne (1533-1592), Os Ensaios.    

Dentro e fora do ser humano
há o vento da mudança. 
Um dia acalmará?  
O vento dos acontecimentos tem soprado bravio, inclemente, em várias direções. 

Rajadas que inquietam a alma de quem procura a paz perdida. 

Para onde a força ventilante dos fatos nos levará amanhã? 

Potentes ventanias que encontram em cada um de nós as asas convulsivas da própria alma em contínua perturbação.

É insatisfação que provoca a instabilidade?  

O que nos falta? 

Quem somos?

O que exatamente queremos? 

Por que somos ou estamos constantemente inconstantes? 

O que é a paz para nós diante da realidade sempre em mudança?     


Imagem: Pinterest

domingo, 23 de maio de 2021

So bad, Kant! Enem, Eu #2

Olá, filósofos! 

Na moral, vamos a mais uma questão de Enem?

Essa é uma pergunta que para responder, precisa conhecer um pouco melhor os fundamentos da filosofia do autor. 

Uma questão sobre filosofia prática, que é aquela que se dedica às reflexões sobre os costumes, quer dizer, a moral e a ética, portanto, os valores, as escolhas, a conduta. 

Vamos a um breve resumo tópico sobre a moral kantiana. 

Kant é demais, gente! 

Olha o look, so bad...

Vamos lá! 

Em primeiro lugar, vamos destacar o que Kant chama de "imperativo categórico". Ele é o que podemos chamar de um "fórmula" para os juízos morais. Então, ele não contém o conteúdo, ele é a forma racional para delimitar o que será moralmente válido. O que o imperativo categórico kantiano enuncia é que ao julgar a ação, o sujeito, o ser humano, racional, consciente, tenha em mente que a sua ação possa se tornar uma lei universal. 

Quer dizer o seguinte, se aquela ação que você pretende executar pode ser copiada por todas as pessoas e assim produza entre todos efeitos que não firam a dignidade de ninguém, não tragam prejuízos, não estimulem a trapaça, a mentira, a desonestidade, a discórdia, enfim, não faça de ninguém o meio para obter vantagens pessoais. Por que isso? Porque para Kant, só será moralmente válida a ação que não tenha por objetivo interesses pessoais, mas sim o respeito absoluto ao dever de agir com perfeição buscando o resultado de excelência para todos. Ações que têm aparência de serem morais mas na essência atendem a interesses particulares e não à universalidade do dever são aquelas que Kant classifica como imperativos hipotéticos. 

Portanto, se a ação de alguém puder ser copiada por todos e produzir bem-estar para todos, essa ação é a preferida, mesmo que haja sacrifício de quem a toma. A ação moral não é para produzir satisfação pessoal e sim para garantir na prática que o dever foi cumprido. E qual é o dever? Aquilo que a razão mostra como sendo o modo excelente de respeitar o que é ético. O que é ético é o que vale para todos e não apenas para um ou alguns já que a ética é pretensamente universal como conjunto de normas para a boa ação. Uma sociedade kantianamente ética seria aquela em que todos podem confiar em todos porque todos agem com o objetivo de respeitar o dever ético e não para obter satisfação pessoal. Nessa sociedade a paz estaria garantida, o engano não existiria, bem como qualquer vício do caráter produzindo danos. 

Entendido isso, vamos à questão.

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(Enem/2017) Uma pessoa vê-se forçada pela necessidade a pedir dinheiro emprestado. Sabe muito bem que não poderá pagar, mas vê também que não lhe emprestarão nada se não prometer firmemente pagar em prazo determinado. Sente a tentação de fazer a promessa; mas tem ainda consciência bastante para perguntar a si mesma: não é proibido e contrário ao dever livrar-se de apuros desta maneira? Admitindo que se decida a fazê-lo, a sua máxima de ação seria: quando julgo estar em apuros de dinheiro, vou pedi-lo emprestado e prometo pagá-lo, embora saiba que tal nunca sucederá.

KANT, l. Fundamentação da metafísica dos costumes. São Paulo. Abril Cultural, 1980

De acordo com a moral kantiana, a “falsa promessa de pagamento” representada no texto

a) Assegura que a ação seja aceita por todos a partir livre discussão participativa.

b) Garante que os efeitos das ações não destruam a possibilidade da vida futura na terra.

c) Opõe-se ao princípio de que toda ação do homem possa valer como norma universal.

d) Materializa-se no entendimento de que os fins da ação humana podem justificar os meios.

e) Permite que a ação individual produza a mais ampla felicidade para as pessoas envolvidas. 

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Com a clara noção do que Kant exige para que uma ação seja moralmente válida e que seja assim uma regra ética, fica mais fácil acertar a alternativa. 

Não pode ser a "a" porque para Kant a validade de uma regra ética não está no consenso e sim no respeito ao dever acima de qualquer discussão ou deliberação comunitária. Se a regra ética deve ser universal, vale em qualquer tempo e espaço, logo, para todos os seres humanos independentemente do meio em que vivem. Isso porque o parâmetro para julgar é a tal fórmula "age de modo que tua ação possa se tornar uma lei universal" e não age conforme a maioria decidir. Essa reflexão é individual e não coletiva apesar de dever ser feita por todos. 

Não pode ser a "b" porque para Kant as regras éticas não são determinadas pelas consequências da ação como quem decide agir por causa do efeito produzido. As ações são tomadas a partir da intenção de respeitar o dever ético de agir querendo garantir a universalidade dessa ação e não porque se vai ter o resultado favorável à satisfação pretendida. Uma ação que garanta a vida futura na Terra, para ser moralmente válida, teria que garantir a vida de todos e isso exclui atitudes que sacrificariam uns em benefício de outros, por exemplo. Então, esse efeito proposto para a alternativa não é suficiente para validar a ação nem explicar porque ela seria recomendável à manutenção da vida. Mas, o que invalida a resposta no princípio é considerar a consequência como critério de validação ética, para Kant não é assim.  

Não pode ser a "d" porque jamais os resultados são justificativas para os meios de chegar até eles, segundo Kant. Esse pragmatismo ético está mais relacionado à filosofia maquiavélica. Para chegar a um resultado justo nunca se deve usar meios injustos, pois isso compromete a ação naquilo que Kant defende como critério de validação ética. Para Kant a intenção tem que ser justa e os meios precisam ser justos. Assim o resultado será também justo: agir de forma que a ação possa ser uma lei universal. Antes de agir, sempre pensar nessa fórmula para verificar se a intenção é justa, se ao colocá-la em prática ela será justa e produzirá exatamente justiça sempre que alguém fizer o mesmo.  

Não pode ser a alternativa "e" porque Kant não foca sua ética na felicidade produzida pela ação. A ação ética é aquela que garante o cumprimento do dever, como já foi dito. Isso, às vezes, exige do autor o sacrifício de seus interesses pelo bem maior que é manter o compromisso ético. A maior quantidade de felicidade produzida aos envolvidos faz referência ao cálculo utilitário ou seja, à ética utilitarista. Kant é deontológico, sua ética é a dos deveres. Logo, ele não se importa com a quantidade de felicidade para o maior grupo possível de pessoas, mas define que será ético o que deve ser feito a qualquer preço, pois a ação ética representa o bem máximo que a inteligência lógica humana pode conceber livremente e adotar livremente como regra de conduta, o que faz da ética legítima algo praticamente santo. 

Resta-nos a alternativa "c ", de certa, que afirma o sentido do imperativo categórico, que é agir para criar leis universais de conduta com a própria reflexão. No criticismo kantiano, a razão humana produz suas próprias leis e cada ser racional tem em si a condição de chegar por si mesmo às respostas do que é ético ou não. Mentir para ter vantagem, se for uma ação copiada por todos, tem como consequência uma sociedade onde ninguém mais confia e ninguém, pois a desonestidade se universaliza. Desse modo, a própria regra se autoanula uma vez que ninguém a poderá colocar em prática já que todos saberão com antecedência que quando alguém estiver pedindo dinheiro emprestado e prometendo devolver, não vai ser cumprido, então ninguém vai emprestar a ninguém. Mentir por interesse fere também o princípio kantiano de nunca usar outros seres humanos como meio para obter resultados, mas sempre com fins em si mesmos, quer dizer, todas as pessoas possuem importância máxima porque elas são humanas, são livres para pensar e agir e devem ser tratadas com a máxima dignidade por isso e não serem enganadas de nenhum modo ou sofrerem para que alguém ou um grupo tenha êxitos. 

Firmeza?! 

Essa foi mais longa, mas bem legal! 

Claro que acompanhando desde o início a explicação, como disse, ficaria mais evidente a resposta. Mas, já aproveitamos para expor alguns pontos sobre a ética kantiana que podem ser úteis a todos. 



Certo que com toda essa explicação você não errou, Enem, Eu!! 


Imagem: prosadas09

sábado, 15 de maio de 2021

Enem, Eu #1

Salve, gente! 

No horizonte... o Enem! 

Alunos de terceiro ano do Ensino Médio ou outros estudantes que estejam se preparando para o exame vão encontrar a partir de agora algumas questões de filosofia comentadas aqui por nós. 

A seção "Enem, Eu" pretende aproximar você do Enem ao promover reforço na aprendizagem em paralelo ao programa do componente elaborado pela escola e ao mesmo tempo oferecer nessa ferramenta um auxílio aos demais visitantes do Filosofósforos.  

Periodicamente, portanto, haverá uma nova questão analisada por aqui. 

Vamos lá?! 

A questão de hoje é sobre Charles-Louis de Sécondat, ou simplesmente Montesquieu, que já foi estudado quando analisamos o Estado, as formas de governo e os sistemas políticos. Fala também sobre poder, que também já foi estudado. 

Prontos?

Então, tente responder sozinho e somente depois passe para a correção.

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(Enem/2013) Para que não haja abuso, é preciso organizar as coisas de maneira que o poder seja contido pelo poder. Tudo estaria perdido se o mesmo homem ou o mesmo corpo dos principais, ou dos nobres, ou do povo, exercesse esses três poderes: o de fazer leis, o de executar as resoluções públicas e o de julgar os crimes ou as divergências dos indivíduos.

Os poderes Legislativo, Executivo e Judiciário atuam de forma independente para a efetivação da liberdade, sendo que esta não existe se uma mesma pessoa ou grupo exercer os referidos poderes concomitantemente.

MONTESQUIEU, B. Do Espírito das Leis. São Paulo: Abril Cultural, 1979 (adaptado). 

A divisão e a independência entre os poderes são condições necessárias para que possa haver liberdade em um estado. Isso pode ocorrer apenas sob um modelo político em que haja

a) exercício de tutela sobre atividades jurídicas e políticas.

b) consagração do poder político pela autoridade religiosa.

c) concentração do poder nas mãos de elites técnico-científicas.

d) estabelecimento de limites aos atores públicos e às instituições do governo.

e) reunião das funções de legislar, julgar e executar nas mãos de um governo eleito.

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Qual seria a resposta certa e por quê? 

Pense mais um pouco se ainda não conseguiu chegar a uma alternativa... 

Ok?! 

Vamos corrigir?

Primeiro, a questão se refere com muita clareza à distribuição dos poderes no estado moderno entre o poder executivo, o legislativo e o judiciário. Aponta características funcionais de cada poder e da condição indispensável de seus limites para haver liberdade nesse estado e por consequência, na sociedade que constituiu esse tipo de estado. É, portanto, uma república democrática ou aristocrática ou ainda uma monarquia, porém, constitucionais, ou seja, que tenham a lei como parâmetro de governo. O que não será é um regime despótico, onde há concentração de poder tirano e arbítrio do governante à revelia da lei soberana. 

Após o texto, a pergunta dirige a escolha para a alternativa que afirme que para haver liberdade nesse estado deve haver necessariamente, obrigatoriamente independência entre os poderes. 

Não pode ser a 'a" porque a tutela de poder pressupõe algum poder vertical e superior ao da lei. Quem tutela? 

Não pode ser a "b" porque a autoridade religiosa é um tutor vertical do poder, semelhante ao que invalidou a letra "a" e um estado teocrático ao modelo medieval dispensa o poder político laico e a divisão dos poderes própria do estado moderno. Sendo um iluminista, Montesquieu defende a soberania política popular secular e não a religiosa. 

Não pode ser a "c" porque a concentração de poder em qualquer elite também é verticalização autoritária e está em contradição com o texto do próprio autor. 

Não pode ser a "e" também porque afirma concentração de poder e consequente possibilidade de autoritarismo, outra verticalização. Governos eleitos devem limitar seu exercício às leis e respeitar a autonomia dos outros poderes para haver harmonia e horizontalidade na gestão do estado garantindo princípios de igualdade, como a isonomia, a isocracia e a isegoria, que são os iguais direitos frente à lei, a participação no poder e à livre expressão.  

A certa é a "d" e a explicação agora é clara: agentes públicos, quer dizer, que trabalham na gestão pública e instituições públicas, de governo, devem agir dentro de limites. Quais limites? Os das funções e suas normas reguladoras o da lei desse estado. 

Barbada! 

Vai meditando aí que em breve a gente volta com mais uma questão. 

Você não errou, Enem, eu! 



imagem: Prosa das 09

prosadas9.wordpress.com


quinta-feira, 11 de março de 2021

Uma paideia, por favor!

 CURSO NORMAL - ENSINO MÉDIO 

Salve, pessoal! 

Como futuro educador, cada um de vocês começa desde já a se preparar para uma profissão séria e necessária. 

Grego antigo usando 
um chromebook (fake news)
Afinal, ser professor é atuar na base formadora dos seres humanos para o desenvolvimento de competências e habilidades pessoais e profissionais. 

A lei que normatiza a educação formal no Brasil, a LDB 9394/96, define a educação escolar como atividade que "deverá vincular-se ao mundo do trabalho e à prática social." (Art. 1º)

Se fôssemos agora analisar todo o conjunto da lei, perceberíamos que ela direciona a ação da escola para uma proposta construtora de sujeitos sociais que são e serão os brasileiros. 

Quem passa pela escola no Brasil, sai dela com um conjunto de saberes próprios projetados para formar o cidadão do país. 

Mas, educação é muito mais do que escola, certo?!

A educação enquanto conceito abrange uma vasta complexidade de valores e conhecimentos que estão no cotidiano da sociedade e por ela se reproduz. 

Para começar nossa jornada nesse caminho de descobertas mais profundas sobre o que é a educação, quais seus propósitos, quais seus meios de realização, seus resultados e suas características, vamos nos posicionar em um ponto básico que é trazer para nossas tarefas o compromisso de manter-se ajustados às normas para o ensino híbrido em Filosofia da Educação e para iniciar, vamos compreender a relação entre as origens da filosofia e o processo educacional na história do ocidente.   

Vamos nessa?! 

Então, me tragam uma paideia, por favor! 

Como assim, não sabem o que é paideia? 

Tô brincando... 

Paideia é um conceito relacionado ao modelo educacional da antiga Grécia. A paideia pode ser compreendida inicialmente e simplificadamente como a tentativa grega de fundamentar a educação em um sentido claro do que é o conhecimento e do que é a ação apropriada ao homem civilizado

Dessa forma, a paideia permanece ainda hoje como um objetivo teórico e prático a ser alcançado pela educação humana. 

Mas, chega de falar! 

Vamos assistir a um vídeo que explica um pouco de como era a educação entre os gregos na antiguidade e que relação há entre a paideia grega e a nossa forma de educar no século XXI. 

(Clique aqui para ver o vídeo.)

Depois de ver o vídeo com atenção, você volta aqui para o blog para responde a questão do fórum que aborda o assunto. 

Questão: 

*A partir de sua experiência como estudante, você considera que a escola hoje tem uma paideia clara, quer dizer, a escola está conseguindo transmitir tudo o que ela deveria oferecer para que você tenha uma aprendizagem adequada aos seus objetivos pessoais? 

Responda aqui mesmo no blog, na área dos comentários. Se a sua resposta não aparecer, não se preocupe. Quando for aprovado, seu comentário ficará visível para você acompanhar. 

Não esqueça de colocar seu nome, turma e escola para receber sua avaliação de participação na atividade. 

Fechado?! 

Um bom retorno à escola e um bom trabalho! 

#FiqueEmCasa

quarta-feira, 10 de março de 2021

Cale-se!

Olá, formandos! 

Ops! 

Silêncio! 

Cale-se! 

Você só fala quando eu mandar. 

Ruim isso, né?! 

Já pensou em viver numa sociedade em que você não pudesse dizer o que pensa, não pudesse expressar a própria opinião, o seu particular ponto de vista... 

Às vezes nós somos confrontados por alguma ordem arbitrária, quer dizer, por alguém que exerce o seu próprio arbítrio e não deixa a gente exercer o nosso, nos tirando a chance da escolha daquilo que queremos. 

São momentos em que nos defrontamos com uma força autoritária

Aqui entre nós isso não vai acontecer! 

Por que há entre eu e vocês um acordo ético pelo respeito e uma obediência à lei que permite a qualquer um de nós expressar seus pensamentos desde que não cometa um crime ao fazer isso, como por exemplo, ameaçar a integridade de alguém. 

Aqui, somos todos iguais, apesar de diferentes. 

Essa aparente contradição significa que todos temos o direito à individualidade, porém, com equivalente respeito e oportunidade de existir e prosperar. 

Então, o que tenho a dizer a vocês é que nossos estudos vão seguir com conteúdos de aula sendo complementados aqui pelo blog e em outros espaços de ensino para ampliar a compreensão da disciplina de filosofia a partir do objetivo inicial relacionado à cidadania

E cidadania é um conceito aplicado à democracia, onde cada pessoa é um cidadão com direitos e deveres. 

Entre esses direitos e deveres estão a  isonomia, a isegoria e a isocracia

O quê?! 

Sor, tá falando grego?! 

Sim, é grego. 

Parabéns! 

Esses são conceitos elementares quando tratamos de uma sociedade livre e democrática, sendo que democracia é um sistema e governo radicado na Grécia Clássica, na pólis de Atenas, quer dizer, na cidade de Atenas entre os séculos VI a.C .e V a.C. 


A experiência política dos gregos, algo que você já deve ter estudado em História, serviu de modelo para sociedades democráticas, principalmente no ocidente, incluindo as democracias contemporâneas.

Certo! 

O que vamos fazer agora é compreender um pouco melhor os conceitos de isonomia, isegoria e isocracia. Integrados, eles manifestam suas funcionalidades no sistema democrático (governo do povo) e quando operam de forma orgânica dão vitalidade e equilíbrio às democracias.  

Acesse aqui nesse link um texto sobre o tema e leia para compreender mais sobre esses conceitos fundamentais.  

Atualizado em 24/03/22


Por que as coisas existem?

SEGUNDOS ANOS - METAFÍSICA 

Salve, pessoal! 

Uma música de uma banda canadense chamada Rush tem versos assim: 

"Por que estamos aqui?

Porque estamos aqui. 

Rolam os dados." 

A canção questiona a pretensão humana de encontrar respostas para a existência de tudo, para a realidade e pretende, também ela, propor que a realidade é o que ela é, sem necessidade de uma causa única. Tudo é resultado de combinações que não possuem necessariamente uma lógica para acontecer.

São questionamentos a respeito do destino, da sorte e do sentido da vida humana em meio aos fatos.  

Bom, mas por que estamos aqui?

Sacou a pergunta? 

Estamos aqui porque estamos aqui, simplesmente, ou há um propósito?

No fundo, as respostas para essa questão são muitas e todas elas competem por fazerem sentido para nós. Em aula nós falamos sobre cosmovisões que encontramos presentes nos saberes religiosos, filosóficos e científicos, cada um com suas linguagens, conceitos e representações. Essas cosmovisões são formas de compreender o todo à nossa volta, a totalidade das coisas que existem, do universo que também chamamos cosmos. O cosmos é de fato a própria ordem em que tudo está nesse momento. E onde tem ordem, tem lei, as leis da natureza. Sem elas, o cosmos permaneceria como está ou tudo se tornaria um caos? 

Quem fez essas leis? 

Quem botou ordem no universo? 

Quem originou tudo? 

A teoria científica contemporânea sobre o início do universo é a da expansão a partir de uma explosão popularmente chamada Big Bang. Georges  Lemaître é o físico de origem belga que fundamentou essa hipótese de uma explosão atômica a partir de uma única partícula, o que gerou a ideia de um "ovo cósmico" que já continha a matéria e a energia do universo concentrados em seu interior. 

Mas, que o que teria "botado" esse "ovo"?!

Alguém? Nada? Com algum propósito? Com nenhum? 

O cosmos é resultado de forças aleatórias ou tem algum poder que os olhos não enxergam e que por trás da aparência da realidade esse poder é a essência, a lógica que mantém tudo no lugar no universo?

Para começo de conversa, estamos aqui iniciando o percurso de filosofia que nos aponta a Metafísica como passo inicial para investigar mais a fundo essas questões sobre a origem da realidade, suas causas, seus princípios e a finalidade de tudo. 

Então, estamos aqui para compreender melhor o que seja essa tal Metafísica e como ela ainda hoje nos provoca com questionamentos a respeito da realidade das coisas e da nossa própria vida. 

Afinal, por que as coisas existem?

Por que a gente existe?

"Why does it happen?

Because it happens." 

E agora, o que você tem a fazer é o seguinte: 

Acesse a música Roll the Bones, da banda Rush. 

Abra o link  para ouvir a canção e companhar com a letra. (clique aqui para obter a música e a letra)

Se não entender em Inglês, leia aqui a tradução

Ao estudar essa letra, reflita como ela aborda a questão da existência, da permanência de todas as coisas inclusive dos acontecimentos da nossa própria vida.  

Em nossos estudos, vamos ligar a ciência de hoje à procura racional dos primeiros filósofos e ver como esses dois mundos, essas duas cosmovisões dialogam.

Editado em 22/03/22

terça-feira, 9 de março de 2021

Às origens, por favor.

PRIMEIROS ANOS - INTRODUÇÃO À FILOSOFIA 

Olá, filósofos por natureza! 

Esse é nosso primeiro contato com a filosofia no Ensino Médio. 

Por isso, antes de mais nada, vamos organizar nossa arrancada para direcionar bem a corrida até a chegada, lá no fim do ano letivo. 

"A gente nem começou e já tá prevendo o fim, Sor?!"

Calma aí, é uma questão de esclarecimento, de sinalização da via. 

Nosso atividade é orientada segundo alguns regramentos. Para os estudos de filosofia, nós temos um documento regulador das etapas que devemos superar na aprendizagem dessa disciplina, que a gente chama de componente curricular. 

Autor: Rafaello Sanzio (1510). Filósofos Platão e Aristóteles ao centro.
Escola de Atenas. Autor: Rafael Sanzio (1510).
Filósofos Platão de Aristóteles ao centro.

Então, o componente curricular Filosofia vai seguir o percurso sinalizado para ele e você vai ficar sabendo disso para poder também se preparar. 

A etapa inicial para nós está relacionada à introdução à filosofia e ao estudo de suas origens históricas. 

Nesse momento nós vamos abordar temas que vão identificar a raízes culturais do pensamento filosófico e ligar isso tudo com a diversidade cultural, a ciência e a tecnologia fazendo assim a transversalidade da aprendizagem. 

Quer dizer, o que você aprender em filosofia, vai poder conectar com outras formas de conhecimento do seu mundo. 

Preparado?

Para começar, vamos nos perguntar: o que é filosofia?

Para muitos, essa é uma palavra até conhecida. Mas, o significado dela, você sabe qual é?

E por que estudar filosofia?

Sem saber o que ela é, fica difícil saber para que ela serve, não é mesmo? 

Por isso eu convido você a assistir a um vídeo que vou deixar no link logo abaixo para que você comece a entender um pouco melhor o que é a filosofia. 

(Clique aqui para assistir ao vídeo) 

Depois de assistir ao vídeo, volte para o ambiente Google Sala de Aula e responda a questão que está no formulário de atividades.   

Beleza?! 

Espero que você goste e que se admire, que fique espantado com a filosofia e com o que ela pode despertar na sua vida! 

Ao trabalho e até mais!  

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(ALUNOS DO IEE BARÃO DE TRAMANDAÍ.)

Escreva um comentário aqui mesmo na postagem, logo abaixo dela no espaço "comentários" dizendo o que mais chamou sua atenção nesse vídeo. 

Não esqueça de escrever seu nome, sua turma e sua escola.