Pode haver uma moral universal?
A filosofia cristã propõe uma ética universal baseada no dever
respeitoso ao princípio moral de valor absoluto do ego paralelo à alteridade uma vez que o
divino reside no sujeito: amor a Deus e ao próximo como a si mesmo.
A história mostra os tropeços desta moral deontológica porque com ela
compete o consequencialismo utilitário que visa o maior bem à maioria e neste
ponto é preciso considerar o que é o bem, variável conforme os interesses
pessoais e sociais em jogo.
A ética cristã transfere deste mundo para outro a possibilidade de felicidade e conduz ao exaustivo trabalho em função da alma, o que afasta os sujeito da ação política e econômica, problema que o luteranismo procurou equacionar. Depois Weber também vai propor uma moral pessoal e outra social que vai chamar de éticas da convicção e da responsabilidade. A primeira relacionada à noção íntima de bem e mal e a segunda às consequências práticas da ação, o que considera fins e meios, não somente princípios.
Com Kant ressurge a ideia de uma ética universal deontológica que
incorpora o trabalho e a política sem a espera contemplativa pela vinda do
governo divino no fim da História ou a ascensão celeste da alma enquanto outros
decidem o que fazer das questões existenciais mundanas e da administração da justiça.
Diante da diversidade dos interesses humanos e suas visões de mundo,
seria possível uma moral universal, total, baseada no utilitarismo, ou seja, em uma
decisão racional, portanto calculada, de qual o bem ideal a ser realizado?
O amor, mesmo se metafísico e revelado, pode ser a essência deste tipo de moral humanista?
Seria possível tornar o amor um conceito unívoco,
fundamento do bem moral, eliminando ambiguidades que o torne significante de um
significado único?
O termo amar é relativo. Ou não?
"O fim da moralidade é a manutenção da reta ordem, pois esta se identifica à bondade objetiva [...] A força motriz para a realização da ordem moral é o amor, que remata na caridade. [...] O amor é a própria essência do homem [...] amar sinceramente a outrem significa amá-lo como a nós mesmos, o que só é possível num plano de igualdade" BOEHNER e GILSON, Santo Agostinho. Filosofia Cristã, Petrópolis: Vozes, 1991. p. 187, 188 e 189.
Colocar o amor na posição de critério objetivo das escolhas da vontade eliminaria a relatividade dos interesses e permitiria compreendê-lo em sua função civilizatória histórica mesmo em relação à consequência da sua adoção e não apenas ao seu princípio normativo como manifestação ontológica.
A passividade de Cristo diante da própria execução, exemplo de sacrifício por dever submisso ao poder divino de absoluta justiça com amor e graça pode ser visto sob a ótica utilitarista da morte de um para a salvação de todos?
(acesse o hiperlink no início e leia mais sobre o tema na revista Filosofía Hoy)
A passividade de Cristo diante da própria execução, exemplo de sacrifício por dever submisso ao poder divino de absoluta justiça com amor e graça pode ser visto sob a ótica utilitarista da morte de um para a salvação de todos?
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link: Filosofía Hoy
imagem: Filosofía Hoy, atestemunhafiel
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