Você acredita que a sociedade contemporânea valoriza suficientemente a velhice?
A atual crise econômica global afeta severamente dois extremos da população: os jovens e os idosos.
O percetual de desemprego para estes públicos é elevado. Os jovens, pela falta de experiência profissional, em muitos casos. Em outros, pela qualificação alta, o que demandaria maior salário a ser pago. Já os mais velhos, pelos custos inerentes à idade e pela queda na força produtiva. Em outras situações, pelos vencimentos acrescidos de benefícios. Este tipo de trabalhador é demitido e substituído por mão de obra mais barata. Isto quando o posto de trabalho não é encerrado por corte de custo.
Segundo a Organização Internacional do Trabalho, no fim desta década, o planeta terá cerca de 213 milhões de pessoas sem emprego.
A necessidade de gerar renda cria uma série de problemas sociais associados à marginalidade econômica como aumento da violência, migrações clandestinas, fragmentação das famílias, empobrecimento regional, inchaços urbanos, depressões.
Isto poderia ser diferente se o modelo produtivo-consumidor fosse alterado.
Ou não?
Não está no sistema econômico a sua lógica?
Um relatório da Moody's Investor Service aponta um outro grave problema na economia para algumas nações influentes nas próximas decadas.
O envelhecimento acelerado da população.
Do ponto de vista da economia, mais velhos significam paralisia na renovação de trabalhadores com queda na energia produtiva e crescimento no pagamento das pensões.
É uma conta: cai a geração da receita e aumenta a da despesa.
Precisa-se contar ainda a rede de serviços e estrutura para atender as exigências de pessoas idosas, como o segmento da saúde, por exemplo e da mobilidade. Em tudo está o investimento.
Porém, em vez disto ser um problema, não se poderia vê-lo como oportunidade de correção no modelo econômico e administrativo dos países afetados?
Um idoso deve ser encarado como um improdutivo?
As economias cogitam seriamente ampliar formas de incluir os velhos no sistema ou mantê-los para evitar colapsos desastrosos. Medidas que precisam, por sua vez, serem saudáveis para os setores produtivos e as relações liberais predominantes no mundo enquanto assim for, até que se construam novos parâmetros mais socialmente justos.
Podemos refletir sobre isto trazendo à luz o pensamento antigo do filósofo eclético Marco Tulio Cícero.
De acordo com o romano envelhecer constitui sabedoria para aquele que experimenta o passar da idade e para sua comunidade.
A velhice afasta da vida ativa e subtrai dos assuntos públicos? De quais? Daqueles que, sozinho um homem jovem e vigoroso pode enfrentar? Não há assuntos públicos que, mesmo sem força física, os velhos podem perfeitamente conduzir graças à sua inteligência? Porventura restava de braços cruzados Quinto Máximo? De braços cruzados também Lúcio Paulo, o Macedônio, teu próprio pai, o sogro do excelente homem que foi teu filho? E os outros velhos, os Fabrício, Cúrio ou Coruncânio, quando punha sua sabedoria e sua autoridade a serviço do Estado, não faziam nada? [...] Em verdade, se a velhice não está incumbida das mesmas tarefas da juventude, seguramente ela faz mais e melhor. Não são nem a força, nem a agilidade física, nem a rapidez que autorizam as grandes façanhas; são outras qualidades, como a sabedoria, a clarividência, o discernimento. Qualidades das quais a velhice não só não está privada, mas, ao contrário, pode muito especialmente se valer. (CÍCERO, 2010, p. 17-18)
Sob este pensamento, pode-se ver a importância de se envolver politicamente no debate. Fazer valer direitos conquistados, como no caso do Brasil, o Estatuto do Idoso, e trabalhar pela construção de outros, como regras trabalhistas e previdenciárias que ofereçam maior proteção e aproveitamento das pessoas em todas as idades, também na velhice.
Você se interessa pelas condições materiais e afetivas da velhice?
Você tem consciência de que pode envelhecer?
Como você se imagina velho?
Como projeta a sociedade na sua velhice?
Como você trata os velhos hoje?
Fonte: CÍCEERO, Marco Tulio. Saber envelhecer. Porto Alegre: LP&M, 2010.
links: G1, CNN
imagens: cialdinearruda, ipc, postopenochao
Sua revista escolar de filosofia.
sexta-feira, 22 de agosto de 2014
quinta-feira, 21 de agosto de 2014
De que educação se está falando?
A Educação Básica brasileira possui diferentes problemas.
Eles são decorrentes da relação tensa entre as políticas públicas para o setor no que se refere ao financiamento, investimentos e passa pela formação e pelo estímulo dos professores, desembocando na realidade do aluno, sujeito de direitos nem sempre tratados dignamente na sociedade e que ingressam em classe para serem um elemento a mais a ser trabalhado.
É um retrato simplório da complexidade que é ensinar num contexto que enfrenta dificuldades em fazer da educação regular um valor efetivo para a construção do país.
Contudo, pontuar este cenário é tentar situar a seguinte questão:
os brasileiros colocam a escola básica em penúltimo lugar em importância na formação da cidadania.
O dado faz parte de uma pesquisa respondida por pessoas das cinco regiões do país.
Segundo a apuração, a família, a unversidade e a mídia são mais relevantes para instruir sobre a democracia participativa. O estudo mostra o efeito e expõe algo errado na causa, pois, a Educação Básica Nacional tem por objetivo expresso formar civicamente os estudantes.
A LDB 9.394/96 afirma isto e da lei emanam os parâmetros curriculares para as disciplinas.
desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação
para o trabalho.
No Projeto Político Pedagógico das escolas está consolidado este fim que, ao lado da preparação para o trabalho, dá as dimensões profissionais, políticas e sociais do ensino brasileiro.
A Filosofia, disciplina obrigatória do Ensino Médio e em alguns casos já estudada nas séries finais do Ensino Fundamental, tem função central no formação cívica dos estudantes. Com ela se aprende o refinamento crítico-argumentativo-conceitual necessário à cidadania ativa. As Orientações Curriculares para o Ensino Médio em Filosofia explicitam os objetivos da disciplina.
MEC
Espera-se da Filosofia, como foi apontado anteriormente, o desenvolvimento geral de competências comunicativas, o que implica um tipo de leitura, envolvendo capacidade de análise, de interpretação, de reconstrução racional e de crítica. Com isso, a possibilidade de tomar posição por sim ou por não, de concordar ou não com os propósitos do texto é um é um pressuposto necessário e decisivo para o exercício da autonomia e, por conseguinte, da cidadania.
O professor de Filosofia é preparado para desenvolver as competências exigidas dos alunos à cidadania, conforme afirmam as Diretrizes Curriculares Nacionais para os cursos de Filosofia determinadas pelo Conselho Nacional de Educação. Entre o que se espera do professor da área está a
Saber que uma mostragem revela estatisticamente que a escola não é sentida pelo público como essencial na formação cívica causa inquietação.
Ou deveria causar séria inquietação em quem pensa a escola e em quem a faz.
Seguindo a análise, os entrevistados, se consideram suficientemente politizados e cidadãos democraticamente ativos e conscientes do que seja a cidadania. Porém, os pesquisadores analisam o comportamento cívico médio da população e discordam.
E você, o que acha?
A cultura é um conjunto de significados reproduzidos com resistência dentro do sistema. A cultura política não escapa à dinâmica. E aquilo que é reproduzido pela família e pela mídia pode estar muito mais impregnado do senso comum, com equívocos tomados por acertos. Na universidade, o aluno já deveria ingressar mais consciente dos reais predicados de um cidadão, de direitos e deveres para o exercício político eficaz ao qual é chamado diariamente pela nação.
Ou não?
Cabe à escola a problematização desta realidade e a capacitação dos sujeitos à construção de novos e melhores valores.
Se o espaço escolar não é percebido e não intervém assim, de que educação se está falando?
link: O Globo
imagens: meionorte, correiodesantamaria
Eles são decorrentes da relação tensa entre as políticas públicas para o setor no que se refere ao financiamento, investimentos e passa pela formação e pelo estímulo dos professores, desembocando na realidade do aluno, sujeito de direitos nem sempre tratados dignamente na sociedade e que ingressam em classe para serem um elemento a mais a ser trabalhado.
É um retrato simplório da complexidade que é ensinar num contexto que enfrenta dificuldades em fazer da educação regular um valor efetivo para a construção do país.
Contudo, pontuar este cenário é tentar situar a seguinte questão:
os brasileiros colocam a escola básica em penúltimo lugar em importância na formação da cidadania.
O dado faz parte de uma pesquisa respondida por pessoas das cinco regiões do país.
Segundo a apuração, a família, a unversidade e a mídia são mais relevantes para instruir sobre a democracia participativa. O estudo mostra o efeito e expõe algo errado na causa, pois, a Educação Básica Nacional tem por objetivo expresso formar civicamente os estudantes.
A LDB 9.394/96 afirma isto e da lei emanam os parâmetros curriculares para as disciplinas.
TÍTULO II
Dos Princípios e Fins da Educação Nacional
Art. 2º.
A educação, dever da família e do Estado, inspirada nos princípios de
liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o plenodesenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação
para o trabalho.
No Projeto Político Pedagógico das escolas está consolidado este fim que, ao lado da preparação para o trabalho, dá as dimensões profissionais, políticas e sociais do ensino brasileiro.
A Filosofia, disciplina obrigatória do Ensino Médio e em alguns casos já estudada nas séries finais do Ensino Fundamental, tem função central no formação cívica dos estudantes. Com ela se aprende o refinamento crítico-argumentativo-conceitual necessário à cidadania ativa. As Orientações Curriculares para o Ensino Médio em Filosofia explicitam os objetivos da disciplina.
MEC
Espera-se da Filosofia, como foi apontado anteriormente, o desenvolvimento geral de competências comunicativas, o que implica um tipo de leitura, envolvendo capacidade de análise, de interpretação, de reconstrução racional e de crítica. Com isso, a possibilidade de tomar posição por sim ou por não, de concordar ou não com os propósitos do texto é um é um pressuposto necessário e decisivo para o exercício da autonomia e, por conseguinte, da cidadania.
O professor de Filosofia é preparado para desenvolver as competências exigidas dos alunos à cidadania, conforme afirmam as Diretrizes Curriculares Nacionais para os cursos de Filosofia determinadas pelo Conselho Nacional de Educação. Entre o que se espera do professor da área está a
Capacidade de relacionar o exercício da crítica filosófica com a promoção integral da cidadania e com o respeito à pessoa, dentro da tradição de defesa dos direitos humanos.
Saber que uma mostragem revela estatisticamente que a escola não é sentida pelo público como essencial na formação cívica causa inquietação.
Ou deveria causar séria inquietação em quem pensa a escola e em quem a faz.
Seguindo a análise, os entrevistados, se consideram suficientemente politizados e cidadãos democraticamente ativos e conscientes do que seja a cidadania. Porém, os pesquisadores analisam o comportamento cívico médio da população e discordam.
E você, o que acha?
A cultura é um conjunto de significados reproduzidos com resistência dentro do sistema. A cultura política não escapa à dinâmica. E aquilo que é reproduzido pela família e pela mídia pode estar muito mais impregnado do senso comum, com equívocos tomados por acertos. Na universidade, o aluno já deveria ingressar mais consciente dos reais predicados de um cidadão, de direitos e deveres para o exercício político eficaz ao qual é chamado diariamente pela nação.
Ou não?
Cabe à escola a problematização desta realidade e a capacitação dos sujeitos à construção de novos e melhores valores.
Se o espaço escolar não é percebido e não intervém assim, de que educação se está falando?
link: O Globo
imagens: meionorte, correiodesantamaria
segunda-feira, 11 de agosto de 2014
Como pode ser tão bom?
Você tem medo do mal?
Do mal que pode sofrer?
Do que pode praticar?
Afinal, o que é o mal e porque ele está no mundo, é velha questão filosófica em eterno retorno à reflexão, philosopher, my friend.
Veja nossos dias como estão.
Na região norte do Iraque, famílias yazidis abandonam suas terras. Elas receberam um ultimato das forças jihadistas do Estado Islâmico, que por sua vez instituiu o antigo regime despótico do califado em algumas áreas controladas, para que se convertam ao Islã ou sejam executadas.
Cerca de 500 pessoas foram mortas nos últimos dias por razões religiosas no país pelos radicais muçulmanos.
Centenas já foram mortos em várias cidades desde o início do levante e na semana passada os Estados Unidos lançaram um bombardeio aéreo sobre os combatentes da jihad.
Segue o conflito na Síria, na Palestina, em nações africanas e entre nós, por outras razões absurdas que levam à violência, como o futebol.
Outro fator que assusta o planeta agora é a possibilidade real de uma pandemia do Ebola.
As autoridades brasileiras em saúde já informaram estar preparadas para combater o vírus, caso ele chegue. Na semana passada a Organização Mundial da Saúde decretrou emergência de saúde pública internacional.
Até aí, nada de novo, apesar de trágico.
Atritos homem-homem e homem-natureza são riscos em todas as épocas.
E eles remetem a reflexão ao mal moral e ao mal metafísico.
Entende-se o mal sob algumas concepções fundamentais. O mal como oposição ao ser; o mal como estrutura antagônica do ser e o mal como juízo de valor.
O mal como o não ser afirma que não há substância no mal, logo, ele não existe de modo concreto e é a percepção da ausência de realidade. Para o idealista, como para o neoplatônico ou o cristão, o mal é próprio do mundo físico constituído de matéria, a oposição ao ser real ideal. O mal é a privação do bem, o não estar do ser. O mal moral ocorre quando o homem se deixa levar pela finitude de sua condição e age por interesses a ela ligados, como os vícios em vez das virtudes.
No livro Cândido, Voltaire combate a tese de Leibniz de que este é o melhor dos mundo possíveis porque entre todas as possibilidades, este é o que existe e há mais perfeição naquilo que existe do que naquilo que não existe.
No entanto, este é um mundo repleto de dores.
Como pode ser tão bom?
O mal real estrutural diz que ele é substancial e contrário ao ser. São coexistentes e fundamentados por princípios antagônicos. Para os maniqueístas, por exemplo, bem e mal são forças em combate no universo e ambas existem com a mesma realidade. No romantismo, algo semelhante a esta ideia vai dizer que Deus contém tanto o ser quanto uma natureza irracional e obscura em luta para se tornar consciente. O homem é uma partícula reflexiva desta estrutura.
O mal como juízo de valor desconsidera a substância do mal e o entende como resultado do julgamento moral. O bem é o que se quer e o mal o que se repele. Assim, o mal moral fica definido segundo os costumes ou pela deontologia como lei ética universal e o mal metafísico como interpretação dos fenômenos reais.
Um vírus que mata pessoas é mais mau do que vírus que mata só animais.
Você era indiferente ao ebola enquanto ele parecia mais distante?
Agora ele parece um mal maior por estar mais próximo?
Deve-se temer o mal no mundo ou ele é uma ilusão, tem menor valor do que o imaterial, real e original?
Para você o mal pode ser vencido? Como?
Ou o mundo é como é e dele não devemos ingenuamente esperar mais do que aquilo que temos, nem ser mais do que aquilo que somos?
imagens: La Nueva España, NBC, informecritica
links: euronews, Estadão
Do mal que pode sofrer?
Do que pode praticar?
Afinal, o que é o mal e porque ele está no mundo, é velha questão filosófica em eterno retorno à reflexão, philosopher, my friend.
Veja nossos dias como estão.
Na região norte do Iraque, famílias yazidis abandonam suas terras. Elas receberam um ultimato das forças jihadistas do Estado Islâmico, que por sua vez instituiu o antigo regime despótico do califado em algumas áreas controladas, para que se convertam ao Islã ou sejam executadas.
Cerca de 500 pessoas foram mortas nos últimos dias por razões religiosas no país pelos radicais muçulmanos.
Centenas já foram mortos em várias cidades desde o início do levante e na semana passada os Estados Unidos lançaram um bombardeio aéreo sobre os combatentes da jihad.
Segue o conflito na Síria, na Palestina, em nações africanas e entre nós, por outras razões absurdas que levam à violência, como o futebol.
Outro fator que assusta o planeta agora é a possibilidade real de uma pandemia do Ebola.
As autoridades brasileiras em saúde já informaram estar preparadas para combater o vírus, caso ele chegue. Na semana passada a Organização Mundial da Saúde decretrou emergência de saúde pública internacional.
Até aí, nada de novo, apesar de trágico.
Atritos homem-homem e homem-natureza são riscos em todas as épocas.
E eles remetem a reflexão ao mal moral e ao mal metafísico.
Entende-se o mal sob algumas concepções fundamentais. O mal como oposição ao ser; o mal como estrutura antagônica do ser e o mal como juízo de valor.
O mal como o não ser afirma que não há substância no mal, logo, ele não existe de modo concreto e é a percepção da ausência de realidade. Para o idealista, como para o neoplatônico ou o cristão, o mal é próprio do mundo físico constituído de matéria, a oposição ao ser real ideal. O mal é a privação do bem, o não estar do ser. O mal moral ocorre quando o homem se deixa levar pela finitude de sua condição e age por interesses a ela ligados, como os vícios em vez das virtudes.
No livro Cândido, Voltaire combate a tese de Leibniz de que este é o melhor dos mundo possíveis porque entre todas as possibilidades, este é o que existe e há mais perfeição naquilo que existe do que naquilo que não existe.
No entanto, este é um mundo repleto de dores.
Como pode ser tão bom?
O mal real estrutural diz que ele é substancial e contrário ao ser. São coexistentes e fundamentados por princípios antagônicos. Para os maniqueístas, por exemplo, bem e mal são forças em combate no universo e ambas existem com a mesma realidade. No romantismo, algo semelhante a esta ideia vai dizer que Deus contém tanto o ser quanto uma natureza irracional e obscura em luta para se tornar consciente. O homem é uma partícula reflexiva desta estrutura.
O mal como juízo de valor desconsidera a substância do mal e o entende como resultado do julgamento moral. O bem é o que se quer e o mal o que se repele. Assim, o mal moral fica definido segundo os costumes ou pela deontologia como lei ética universal e o mal metafísico como interpretação dos fenômenos reais.
Um vírus que mata pessoas é mais mau do que vírus que mata só animais.
Você era indiferente ao ebola enquanto ele parecia mais distante?
Agora ele parece um mal maior por estar mais próximo?
Deve-se temer o mal no mundo ou ele é uma ilusão, tem menor valor do que o imaterial, real e original?
Para você o mal pode ser vencido? Como?
Ou o mundo é como é e dele não devemos ingenuamente esperar mais do que aquilo que temos, nem ser mais do que aquilo que somos?
imagens: La Nueva España, NBC, informecritica
links: euronews, Estadão
sexta-feira, 1 de agosto de 2014
Um bom vinho, por favor
Tudo bem.
Você vai morrer mesmo.
Calma!
A morte é certa pra todos, mas aqui é uma situação hipotética.
Voltando à questão, você foi internado e vai chegar logo ao fim da vida. Então, por que não beber um bom vinho entre parentes e amigos, fazendo novos, quem sabe, enquanto a existência se esvai, num agradável bar no próprio hospital?
Uma instituição de Clermont-Ferrand, na França, decidiu abrir uma adega para pacientes terminais.
Uma instituição de Clermont-Ferrand, na França, decidiu abrir uma adega para pacientes terminais.
A medida inédita no país, implantada pela diretora do centro de saúde, Virginie Guastella, pretende humanizar o atendimento para estes pacientes e seus amados, proporcionando prazeres que amenizem dores.
Uma concessão ética interessante e bem contemporânea. O prazer, entendido aqui como móvel da ação humana, deve ser procurado e favorecido, pois ele é a razão do agir. Uma vida sem prazeres não é uma vida boa de ser vivida.
Uma concessão ética interessante e bem contemporânea. O prazer, entendido aqui como móvel da ação humana, deve ser procurado e favorecido, pois ele é a razão do agir. Uma vida sem prazeres não é uma vida boa de ser vivida.
Enquadrando a proposta médica no princípio utilitarista, ela objetiva oferecer maior satisfação e alegria a um determinado público, minorando seu sofrimento.
Você aprova isto?
fonte: O Globo
imagem: viajarnafranca
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