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terça-feira, 3 de junho de 2014

Uma pitada de conservadorismo

A ideia de uma comunidade humana universal exige legislação e ética que sejam transnacionais para ser realizada.

Requer também economia equilibrada entre os países.
Algo distante.

Blocos regionais como a União Europeia demonstram a dificuldade de se atender de modo conjugado aos interesses nacionais dos participantes e ainda manter relações internacionais saudáveis com outros países fora da comunidade.

Nas eleições europeias realizadas no fim de maio, houve crescimento da preferências do eleitorado por políticos conservadores que são contrários ao bloco, os chamados eurocéticos, críticos da moeda única, o Euro. As razões orbitam entre a ineficência de governos em retomar o crescimento econômico decadente pela crise global e também em refrear a imigração, o que agravaria os problemas do desemprego.

O pleito deixou em alerta os analistas políticos, pois, claramente sinaliza o que consideram um retrocesso na abertura conquistada com intenção ao fortalecimento de concepções nacionalistas. Mesmo sendo uma tendência esperada em alguns países, o fato é recebido com preocupação.


Carlo Cattaneo (1801-1869) defendia a ideia do federalismo como pacto político capaz de ampliar direitos e garantir os macanismos adequados de prosperidade social e bem-estar individual e coletivo, espiritual e material. Sobre a Europa de seu tempo, Cattaneo dizia que "só teremos paz quando tivernos os Estados Unidos da Europa." (1991, p. 270)

Reformista, o filósofo italiano acreditava que por meio das leis se poderia instituir uma sociedade melhor, sem a necessidade de uma revolução de inspiração marxista. Suas ideias foram fundamentais para o processo de reunificação da Itália.



União Europeia foi concretizada em processo legislativo, mas os conflitos de interesses, as diferenças étnicas, os estranhamentos culturais, dos desníveis econômicos, as divergências ideológicas geram tensões políticas, quando não, sociais. E os impasses podem criar entraves para toda a cadeia de relações que vão da diplomacia ao comércio internacional.

Reflexo de uma pós-modernidade conturbada por problemas materiais e ideais que se agravam e que confirmam a cada geração o quanto as promessas modernas foram falseadas.

Uma pitada de conservadorismo

O parlamentar polonês Janusz Korwin-Mikke, do partido KNP, passou a integrar agora o Parlamento Europeu. Conservador libertário, como se diz, o político de 72 anos é radicalmente contrário à União Europeia.

Segundo ele, os imigrantes que vão para a Europa procuram por benefício sociais e o parlamentar é contra conceder este tipo de benefício.

Korwin-Mikke é contra o voto das mulheres e explica que elas não votam em mulheres, votam em homens e preferem ser comandadas por eles. Defende castigos físicos, é contra hospitais públicos, programas sociais e tenta isentar Hitler de responsabilidade pelo holocausto. (leia mais aqui)

Pensamentos deste tipo, retornando ao poder europeu, entram em choque com ideias de progresso, autonomia e paz.

Você, com quais ideias se identifica? Por quê?
Há uma razão absoluta na História e um fim positivo no Estado, como pensava Hegel?
Ela segue um plano divino, como afirmava Agostinho?
A lei do progresso dita por Saint-Simon?
É construída no balanço entre justiça social e liberdade privada calculado por Stuart Mill?
Depende da dialética materialista luta entre classes, segundo Marx?
Não há lógica alguma, só o cego acaso, como era a vontade de Schopenhauer?

REALE, Giovanni; ANTISERI, Dario. História da Filosofia. Vol. III. São Paulo: Paulus, 1991.
fontes: BBC, Folha SP
imagens: leandro colon,  cesareangelini

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