Sua revista escolar de filosofia.

segunda-feira, 1 de abril de 2013

Filosofia no ônibus

O aumento na passagem de ônibus em Porto Alegre vem gerando protestos e discussões há dias.

No dia 25 de março a tarifa, que era de R$ 2,85, subiu para R$ 3,05. O governo e as empresas apresentam seus cálculos e com eles as razões para a elevação, mas parte da população usuária discorda e acha a passagem cara demais.




Um novo protesto ocorreu hoje, 5 dias depois de uma manifestação onde houve depredação de patrimônio público e agressão ao secretário municipal de Coordenação Política e Governança Local, Cézar Busatto.





Hoje também começou a circular pelo Facebook, onde há muita manifestação contra o aumento e inclusive vem servindo para coordenar os protestos, um documento que seria do Ministério Público de Contas do Estado do Rio Grande do Sul orientando que a tarifa dos ônibus de Porto Alegre deveria ser R$ 2,60.


A revolta está na rua.


Mas o que isso tem a ver com Filosofia?


Tudo!




Poderíamos estender a análise do fato político tenso entre população e governo segundo a visão de diferentes filósofos em distintas épocas. Porém, vamos levantar a questão, inicialmente, sob o olhar de Jean-Jacques Rousseau.

No capítulo I do Livro I do Contrato Social, o filósofo afirma:

"O homem nasce livre, e por toda a parte encontra-se a ferros." 

Rousseau se refere às amarras, para ele, artificiais e prejudiciais criadas pelo próprio homem. São os grilhões que mantém as desigualdades sociais e as pessoas cativas em condições afastadas do bem-estar. Entre as instituições degradantes estão os governos que não agem em favor daquilo que é classificado como o interesse do povo ou a vontade geral.

Os protestos em Porto Alegre nascem da percepção da injustiça do ato do governo para com a população, que o faz amparado na burocracia e na lei.

Mas é correto, apesar de impopular?
Tudo o que é impopular é necessariamente errado?  

E do lado da população, justificam-se ações violentas como agredir e quebrar? 

Em todo o mundo, a revolta e o confronto se avolumam quando as pessoas se sentem traídas pelas instituições, por elas abandonadas e sem instrumentos institucionais contra a opressão. Evidente que nas convulsões, mesmo as menores, misturam-se interesses que contaminam causas mais nobres.

No capítulo XV do Livro III do Contrato, Rousseau diz:



"De qualquer modo, no momento em que um povo se dá representantes, não é mais livre, não existe mais."  


Rousseau é contra os vícios humanos presentes também nos governos. Ele não é contra a existência de um governo, mas este precisa ser legítimo.



Qual a proposta política de Rousseau apresentada no Contrato Social e que tanta influência teve na História? 

fonte: Terra
fotos: ZH, Facebook, Filosofósforos

Um comentário:

  1. Real e verdadeiro! E mais, a Filosofia mesmo, dentro de compassos dos Séculos passado ainda mantem em sua linguagem a forma REAL e atual dos conflitos atuais. Isto me atrai!
    André Luis Teixeira de Mello

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