Salve, pessoal!
Várias reflexões sobre o texto de Paulo Freire e o curta-metragem "Meu amigo Nietzsche".
Nosso propósito circula em torno da educação e seu compromisso ético, social e político.
Desse modo, o avanço está agora em observar certos aspectos da educação escolar e portanto formal, no que diz respeito aos seus objetivos sociais. Isso vai provocar uma intersecção entre tendências pedagógicas e a função da escola.
Em primeiro lugar, vamos pensar um pouco no objetivo social redentor da escola.
O que é isso, sor?!
Peraíííí!!!
Vamos lá!!!
Isso quer dizer que a escola pode assumir o papel de ser uma instituição voltada a integrar na sociedade aqueles que estão à margem dela e por isso, ela assume a postura de redimir a sociedade e seus integrantes das suas incapacidades.
De outro jeito: a escola redentora coloca a sociedade como ela é na posição de ser a sociedade adequada. Portanto, ela eleva a sociedade e suas estruturas a uma posição praticamente infalível. Sua função é atuar na correção de desajustes e não em alterações de padrões.
Por exemplo, a sociedade liberal de classes, como a nossa, é a sociedade adequada e quem não se adapta a ela é que tem problemas. O papel da escola vai ser preservar a sociedade como ela está e agir com esforços para trazer para dentro dessa sociedade aqueles que estiverem fora dela. Mais para frente vamos ver as teorias pedagogias relacionadas a esse modelo social.
The Wall - Pink Floyd; educação padronizadora. |
Essa tendência está constantemente "salvando" o modelo social como se ele fosse naturalmente o melhor e também agindo para corrigir os desvios daqueles que seriam potenciais riscos para esse modelo de sociedade. A escola, assim, coloca-se como a guardiã dos conhecimentos e costumes atuando não dentro, mas ao lado da sociedade para conservá-la.
"Com esta compreensão, a educação como instância social que está voltada para a formação da personalidade dos indivíduos, para o desenvolvimento de suas habilidades e para a veiculação dos valores éticos necessários à convivência social, nada mais tem que fazer do que se estabelecer como redentora da sociedade, integrando harmonicamente os indivíduos no todo social já existente." LUCKESI, p.37
A pergunta é:
e se essa sociedade não for a melhor que poderíamos ter?
Quem vai transformá-la e como?
Se a escola considerar que a sociedade está bem como está e que o problema são as pessoas que não se enquadram nela, a escola está contribuindo para modificar o que está errado ou para perpetuar esses erros?
Quanto dos problemas sociopolíticos brasileiros passa por uma escola que não investe em formar cidadãos mais esclarecidos e ativos?
Pense na pandemia... a falta de empatia de muitos, incluindo o Estado Brasileiro, não seria a consciência precária de não pensar no direito do outro, mas, mais em si, o que demonstra uma falha na educação republicana de igualdade e solidariedade entre todos?
A sociedade liberal não está formando sujeitos individualistas extremos?
Com isso, voltamos à pergunta:
o que você quer despertar no ser humano quando o educa?
No vídeo onde Rubem Alves fala em ser professor de nada, ele sugere que educar é despertar curiosidades. O sujeito curioso é aquele que vai questionar o mundo.
A questão em torno dessa tendência escolar redentora social está em que a escola renuncia à crítica e trabalha mais para conformar do que para libertar, mais para conservar do que para progredir e assim gera alienação.
"Este é um modo ingênuo de entender a relação entre educação e sociedade." Idem, p.38
Marx meme: alienação da imagem. |
Lá a gente troca uma ideia sobre Nietzsche e Marx para você refletir melhor.
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Aproveite!!
LUCKESI, Carlos. Filosofia da educação. São Paulo: Cortez, 1994.
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