FILOSOFIA DA EDUCAÇÃO. SEGUNDO ANO, ENSINO MÉDIO #10
São as múltiplas interações sociais que formam o ser humano, nos diz Luckesi e nisso ele direciona sua concepção sobre aprendizagem às teorias modernas e contemporâneas a respeito da ontologia humana e do conhecimento.
De forma simples, essa concepção vem ao encontro de um pensamento comum a quem educa e a quem aprende: de que o ser humano é quem humaniza o ser humano.
É um sentido distante das ideias essencialistas que tratam o sujeito como uma alma que contém dentro de si informações que são acessadas por processos críticos internos de levam ao autoconhecimento.
"São as ações, as reações, os modos de agir (habituais ou não), as condutas normatizadas ou não, as censuras, as convivências sadias ou neuróticas, as relações de trabalho, de consumo, etc. que constituem prática, social e historicamente o ser humano. Numa dimensão geral, o ser humano é o "conjunto das relações sociais" das quais participa de forma ativa." Luckesi, p.110
O que diz essa teoria sobre o aprendizado vai ao encontro de uma perspectiva fenomenológica, que considera que o conhecimento se dá numa relação intencional entre sujeito e objeto, quer dizer, a mente humana vai ao encontro das coisas para descobrir o que elas são a partir de como elas aparecem para nós.
No vídeo onde Rubem Alves fala em ser professor de nada, ele sugere que educar é despertar curiosidades. O sujeito curioso é aquele que vai questionar o o porque das coisas.
Na perspectiva hermenêutica, o conhecimento humano se dá quando a consciência se percebe no mundo em meio a outros seres e fatos e procura dar significado a tudo, interpretando a realidade e chegando também a um significado para si mesmo.
Desse modo, as teorias metafísicas sobre a essência ou natureza humana perdem espaço para a ideia de que o ser humano é um ser histórico e social construído pelas suas experiências.
"A concepção histórico-social se expressa em inúmeras tendências. O que importa destacar, apesar das diferenças entre elas, é a preocupação com o processo (nada é estático), com a contradição (não há linearidade no desenvolvimento que resulta do embate e do conflito) e com o caráter social do engendramento humano (o ser do homem se faz permeado pelas relações humanas e por isso se expressa de forma diferentes ao longo da história)." Aranha, p. 115
Tranquilo?!
Agora acesse o podcast Locke, o brinquedo e a bolacha, no Youtube. (clique aqui ou vá para o AVA Sala de Aula).
Lá você vai conhecer um pouco sobre o filósofo John Locke (1632-1704) e como ele relaciona experiências, ideias, conhecimento e razão.
charles-ddalberto@educar.rs.gov.br
LUCKESI, Carlos. Filosofia da educação. São Paulo: Cortez, 1994.
ARANHA, Maria Lúcia de Arruda. Filosofia da educação. São Paulo: Moderna, 2006.
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